quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Mais regrinhas e atividades com gabarito para fixar.

Revisando alguma regras e fixando outras.


Educar para CrescerATIVIDADES ONLINE
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 Coloque em prática o que você aprendeu! Jogos legais.

VIDEOS 


1001 DÚVIDAS DE PORTUGUÊS - AULA 01 - USO DO ONDE E AONDE 



1001 DÚVIDAS DE PORTUGUÊS - AULA 02 - USO DO 'MAU' e 'MAL' - Professo


1001 DÚVIDAS DE PORTUGUÊS - AULA 3 - USO DO 'MAS' e 'MAIS' - Profe

1001 DÚVIDAS DE PORTUGUÊS - AULA 4 - USO DO "PORQUÊ" - Professor 


1001 DÚVIDAS DE PORTUGUÊS - AULA 05 - USO DO "AFIM" E "A FIM" - P




1001 DÚVIDAS DE PORTUGUÊS - AULA 6 - O USO DA LETRA 'A' - Professor


1001 DÚVIDAS DE PORTUGUÊS - AULA 7 (1/4) - REGRAS DE ACENTUAÇÃO












Uso de POR QUÊ, POR QUE, PORQUE, PORQUÊ - Prof. Diogo Arrais



"Mal" e "mau" diferença - Vídeo aulas e dicas de português e gramática 


"Mas" e "Mais" diferença - Vídeo aulas e dicas de português e gramática



Sessão, seção, secção ou cessão? (Gramaticando)



"Se não" e "senão" diferença - Vídeo aulas e dicas de português | Almanaque 






Onde / Aonde - Gramática - Professor Adriano Alves




Viagem ou viajem


Mau/Mal e Há/A









1. Assinale a alternativa correta (Prof. Hélio Consolaro) 
A                                                                    B 
1 Casas germinadas                   Casas geminadas
 2 Sou de menor                           Sou menor 
3 Sou maior de idade                 Sou de maior
 4 Passar o ano (na escola)       Passar de ano (na escola)
 5 Repetir o ano (na escola)       Repetir de ano (na escola) 
6 Ficar de recuperação               Ficar para recuperação
 7 O feriado caiu num domingo. O feriado caiu de domingo. 
8 O filho saiu ao pai, cuspido e escarrado. O filho saiu ao pai, esculpido e encarnado. 
9 Saíram elas por elas.               Saiu elas por elas. 
10 Tive subida honra de saudar o presidente. Tive a súbita honra de saudar o presidente. 
11 De sábado, não trabalho.      Aos sábados, não trabalho. 
12 Faltei pouco para não morrer. Faltou pouco para não morrer.
 13 Mandado de segurança      Mandato de segurança 
14 Aguardo notícias.                   Estou no aguardo de notícias. 
15 Apêndice estuporado         Apêndice supurado.
 16 Caderno espiral                 Caderno aspiral 
17 Estou quites com o Serviço Militar.    Estou quite com o Serviço militar. 
18 Se eu ver, se ela ver, se nós vermos... Se eu vir, se ela vir, se nós virmos...
 19 Neusa é média.                                     Neusa é médium. 
20 A mala está leve.                               A mala está leviana.
 21 Fiquei fora de mim.                          Fiquei fora de si. 
22 Não saí por causa que estava chovendo. Não saí porque estava chovendo. 
23 Dessas mulheres, só conheço umas par delas. Dessas mulheres, só conheço algumas delas.
 24 Vou vestir-me ou trocar de roupa em dois Vou trocar-me em dois minutos. minutos. 
25 O paciente sofreu melhoras.                 O paciente sentiu melhoras. 
26 Ele já acordou.                          Ele já se acordou.
 27 O motorista perdeu a direção do veículo. O motorista perdeu o controle do veículo.
 28 Se ela não pode comprar isto, que dirá eu. Se ela não pode comprar isto, que dirá de mim. 
29 Estou com pigarro.                               Estou com pigarra.
 30 Tenho menas sorte que você.             Tenho menos sorte que você. 
31 Inimigo figadal Inimigo fidagal
 32 O rapaz puxava uma perna. O rapaz puxava de uma perna. 
33 Luís é muito xereta. Luís é muito xereto.
 34 O pessoal não gostaram do filme. O pessoal não gostou do filme.
 35 Prova dos nove Prova dos noves 
36 Horas extras Horas extra
 37 Eu procurava um emprego que condizesse Eu procurava um emprego que condissesse com com meu nível cultural. meu nível cultural.
 38 Não poderia dizer isso perante ela. Não poderia dizer isso perante a ela. 
39 Não vou lá em hipótese nenhuma. Não vou lá de hipótese nenhuma. Baseado no livro “Não Erre Mais!”, de Luiz Antônio Sacconi




  • 2. Assinale a alternativa correta: 
  •                       A                                              B 
  • 1. Sob o meu ponto de vista.                              Do meu ponto de vista.
  •  2. Isso não será relacionado com aquilo.          Isso não será relacionado àquilo. 
  • 3. Na lavoura houve perda total da safra.         Na lavoura houve perca total da safra.  
  • 4. Ter preconceito contra o casamento.          Ter preconceito sobre o casamento. 5. Tomar um suador.                  Tomar um suadouro. 
  • 6. Fazer tudo na melhor intenção.                          Fazer tudo com a melhor intenção. 
  • 7. Quanto é hoje?                                     Quantos são hoje? 
  • 8. Quantos são dois mais dois?              Quanto é dois mais dois? 9. Largue o meu pé. Largue do meu pé. 
  • 10 Que horas voltaremos? A que horas voltaremos? . 
  • 11 Ninguém ombreará com Pelé. Ninguém se ombreará a Pelé. 
  • . 12 Começou a chover intensamente. Começou chover intensamente. . 
  • 13 Esse rapaz sai com cada uma! Esse rapaz sai-se com cada uma! .
  •  14 Os EUA desmentem invasão a Cuba. Os EUA desmentem invasão de Cuba. . 
  • 15 Acenar com a mão. Acenar a mão. . 
  • 16 Fazer erros. Cometer erros.
  •  . 17 Ultrapassar veículos em lombada. Passar veículos em lombada. 
  • . 18 Dar duas mãos de tinta na porta. Dar duas demãos de tinta na porta.
  •  . 19 A camisa está cheirando a suor. A camisa está cheirando suor. . 20 Benza Deus, que mulher feia! Benza-o Deus, que mulher feia! . 21 Rezar a Santo Antônio. Rezar para Santo Antônio.
  •  . 22 O arroz pegou no fundo da panela. O arroz pegou-se ao fundo da panela. 
  • . 23 Tomar parte na reunião. Tomar parte da reunião.
  •  . 24 Estar curioso de conhecer alguém. Estar curioso por conhecer alguém. 
  • . 25 Se não seguro no galho, caía da árvore. Se não me seguro ao galho, caía da árvore.
  •  . 26 Dar bom lustro aos sapatos. Dar bom lustro nos sapatos.
  •  . 27 O cão investiu sobre nós. O cão investiu em nós. 
  • . 28 Isso, ao meu ver, está errado. Isso, a meu ver, está errado.
  •  . 29 Revidar um pontapé. Revidar a um pontapé.
  •  . 30 Trovejou, entretanto/no entanto não choveu. Trovejou, no entretanto não choveu. .

  • 31 Em face do mau tempo, regressamos. Face ao mau tempo, regressamos.
  •  . 32 Peça a ela se podemos ir ao cinema juntos. Pergunte a ela se podemos ir ao cinema juntos.
  •  . 33 Apelar para uma autoridade. Apelar a uma autoridade.
  •  . 34 Ser senador (ou deputado) por Goiás. Ser senador (ou deputado) de Goiás.
  •  . 35 Dar entrada a um processo. Dar entrada num processo.
  •  . 36 Ela não estudou, mas saiu bem na prova. Ela não estudou, mas saiu-se bem na prova.
  •  . 37 Não se pode querer abarcar o mundo. Não se pode querer abraçar o mundo.
  •  . 38 A bola de neve aumenta em tamanho. A bola de neve aumenta de tamanho.
  •  . 39 Discursar de molde a receber aplausos. Discursar de modo a receber aplausos.
  •  . 40 Chove dia sim, dia não. Chove dia sim, outro não. Chove um dia sim, um dia não.
  •  . 41 Suas meias estão do/pelo avesso. Suas meias estão no avesso.
  •  . 42 Cozinhar em banho maria. Cozinhar ao banho maria.
  •  . 43 A lei 5692 arrasou com o ensino brasileiro. A lei 5692 arrasou o ensino brasileiro. 
  • . 44 As crianças sumiram todos os meus lápis. As crianças sumiram com todos os meus lápis.
  •  . 45 Subi para o ônibus. Subi no ônibus.
  •  . 46 São testemunhas industrializadas pelo advogado. São testemunhas industriadas pelo advogado.
  •  . 47 Receber resposta sem pé nem cabeça. Receber resposta sem pé e sem cabeça. 
  • . 48 A loja comemorou ontem jubileu de prata de A loja comemorou ontem bodas de prata de . fundação. fundação. 
  • 49 O delegado exorbitou-se de sua função. O delegado exorbitou de sua função.
  •  . 50 É capaz que chova hoje. É provável/ possível que chova hoje. . 51 Os flamenguistas animaram-se com a derrota dos Os flamenguistas animaram-se de saber da . vascaínos. derrota dos vascaínos.
  •  52 Comprei várias frutas, ou seja, melões, laranja.. Comprei várias frutas, ou sejam, uvas, melões... 
  • . 53 Para mim tanto fazem cem como duzentos reais. Para mim tanto faz cem como duzentos reais.
  •  . 54 Deveres escolares. Dever escolar. 
  • . 55 Você me dá sua palavra de honra em que não fez Você me dá sua palavra de honra que não fez . isso? isso?
  •  56 A menos que não cessem as hostilidades, ambos A menos que cessem as hostilidades, ambos os . os países poderão entrar em guerra novamente. países poderão entrar em guerra novamente.
  •  57 Calasãs é parasita da mulher. Calasãs é parasito da mulher. .
  •  58 O livro tem trezentos e trinta páginas. O livro tem trezentas e trinta páginas.
  •  . (De acordo com o livro NÃO ERRE MAIS! de Luiz Antonio Sacconi- Editora Atual)

3. Nas frases a seguir, efetue a concordância, escolhendo a forma verbal adequada:
a- A maioria dos políticos ___________ contra . (votou/votaram)
b- Uma multidão de torcedores ___________. (gritava/gritavam)
c- Um enxame __________ no telhado. (pousou/pousaram)
d- Um enxame de abelhas africanas ___________no telhado. (pousou/pousaram)
e- A maioria dos custos ____________________. (seria revista/ seria revistos)
f- A maioria ali ____________ a reforma. (apoiou/apoiaram)
g- Cerca de vinte pessoas ___________ na delegacia. (acabou/acabaram)
h- Mais de um policial ____________ no local. (esteve/estiveram)
i- 20% dos municípios não _____________ acertar as contas com o Estado. (conseguiu/conseguiram)
j- 80% da Mata Atlântica não ______________à ação do homem. (resistiu/resistiram)
k- 1% dos eleitores, apenas, ______________ em partidos de direita. (votou/votaram)
l- Ele foi um dos que ________________ pelos nossos direitos. (lutou/lutaram)
m- Ana foi uma das que _____________ no vestibular. (passou/passaram)
n- Minas Gerais _______________ grandes escritores. (tem/têm)
o- Os Sertões ______________ muitos historiadores. (influenciou/influenciaram)
p- Os Estados Unidos ______________ o Iraque. (invadiu/invadiram)
q- Poucos de nós _____________ o dinheiro. (conseguirão/conseguiremos)
r- Alguns de nós _____________ escalados para entregar o prêmio. ( foram/fomos)
s- Qual de nós _____________ o exercício? (fará/farão/faremos)
t- Nenhum dos presentes ____________ abrir a boca. (ousou/ousaram)
u- Fui eu que __________ os exercícios. (fiz/fez)
v- Fomos nós quem _____________  o quadro.(pintou/pintamos)
2- Complete as frases seguintes com a forma apropriada do verbo SER, no presente do indicativo:
a- Mariana ______________ as alegrias da mãe.
b- Vidas Secas ___________ uma obra muito conhecida de todos.
c- As tristezas da família ___________ as peripécias do filho.
d- Os responsáveis pelo trabalho ___________ sempre nós.
e- Hoje _________ dia 13 de setembro.
f- Hoje ________ 28 de maio.
g- Seu problema ___________ eu?
h- O país __________ nós. Nós ________ a nação brasileira.
i- _________ exatamente vinte para as três.
j- Aquilo __________atitudes típicas de adolescente.
3- Que diferenças de sentidos há entre as frases de cada par?
a- A vida é os conflitos diários.
b- A vida são os conflitos diários.
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c- João com seu amigo lideraram a greve.
d- João, com seu amigo, liderou a greve.
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Gabarito
1- a- votou ou votaram                                 b- gritava ou gritavam
c- pousou                                                           d- pousou ou pousaram
e- seria revista ou seriam revistos           f- apoiou
g- acabaram                                                       h- esteve
i- conseguiram                                                  j- resistiu ou resistiram
k- votou/votaraml- lutou ou lutaramm- passou ou passaram                                n- temo- influenciou ou influenciaram               p- invadiramq- conseguirão ou conseguiremos           r- foram ou fomoss- fará                                                                    t- ousouu- fiz                                                                      v- pintou ou pintamos
2- a- é                    b- é ou são
c- é ou são           d- somos
e- é                         f- são ou é
g- sou                    h- somos e somos
i- são                      j- é ou são
3- a- ênfase na vida
b- ênfase nos conflitos
c- ênfase no conjunto de sujeitos
d- ênfase em João, o amigo é só um acompanhante

A Língua Portuguesa agradece e nossos ouvidos também.

Afrontar a língua portuguesa depõe contra a imagem de qualquer executivo competente, quer do ponto de vista técnico, quer no exercício de suas atividades. Erros de português depõem, e muito, contra os profissionais mais jovens e menos qualificados, podendo até prejudicá-los na sua carreira em ascensão. Erros de português podem impedir a promoção de funcionários, pois cometer vulgaridade de linguagem não é uma postura profissional.
 MANTEIGUEIRA

 A minha mantegueira era de estimação.
 A minha manteigueira era de estimação.

Manteigueira (man-tei-gueira-ra), vem de "manteiga".

O correto, portanto, é:
A minha manteigueira era de estimação.

 RECORDE

 Ele bateu o record.
 Ele bateu o record.

Recorde: indica uma marca máxima atingida.
Diga recórde, forma correta. A forma aportuguesada recorde (paroxítona) já é de uso consagrado e reconhecida pelo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. Evite a pronúncia proparoxítona (récorde) e a grafia inglesa record. A pronúncia proparoxítona é registrada somente por Houaiss.

O correto, portanto, é:
Ele bateu o recorde.

 CABELEIREIRO / PRAZEROSO

 É prazeiroso ir ao cabelereiro.
 É prazeroso ir ao cabeleireiro.

Prazeroso: não existe a letra "i" nessa palavra. Sua formação é a seguinte: prazer+oso. Daí, prazeroso, prazerosamente (e não "prazeiroso" ou "prazeirosamente").
Cabeleireiro: o correto é cabeleireiro (ca-be-lei-rei-ro). Provém de "cabeleira+eiro" (que indica profissão).

O correto, portanto, é:
É prazeroso ir ao cabeleireiro.

 TAMPOUCO / TÃO POUCO

 Não houve frutas, tão pouco doces.
 Não houve frutas, tampouco doces.

Tão pouco: muito pouco. Assim: A família tinha tão pouco para doar (= algo em pouca quantidade) / Ele comeu tão pouco (= muito pouco).
Tampouco: Também não; nem. Assim: Não comeu frutas, tampouco doces.

O correto, portanto, é:
Não houve frutas, tampouco doces.

 MUÇARELA / MOZARELA

 Quero uma pizza de mussarela.
 Quero uma pizza de muçarela.

Não existe a grafia "mussarela" (com "ss"). Está consignada no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras, a forma muçarela (com "ç"). Pode-se usar também a forma mozarela. A grafia mussarela é de uso comum nos folhetos de propaganda das pizzarias, o que não justifiça a continuação de seu uso. A palavra muçarela vem do italiano mozzarella, um queijo de origem napolitana feito de leite de búfala (ou de vaca). Mozzarella é diminutivo de Mozza (leite talhado com fungo, mozzé).

O correto, portanto é:
Quero uma pizza de muçarela.

 COMPANHIA

 Magda, quero ir em sua compania.
 Magda, quero ir em sua companhia.

Não existe a palavra "compania". É inaceitável a pronúncia "compania".

O correto, portanto é:
Magda, quero ir em sua companhia.

 ETC.

 Tenho um apartamento com sala, quarto e etc.
 Tenho um apartamento com sala, quarto, etc.

Etc. é abreviatura de et caetera ou et coetera, expressão latina que significa "e as outras coisas". Normalmente é usada quando se quer evitar uma longa enumeração - Tenho um apartamento com sala, quarto, etc. / Fui à feira e comprei mexericas, bananas, verduras, pastéis, etc. Atualmente, aplica-se também para pessoas, embora, pelo sentido, se use com referência a coisas somente. Usa-se vírgula antes de "etc". O que não se deve usar é a conjunção "e".

O correto, portanto é:
Tenho um apartamento com sala, quarto, etc.

 AVÔS / AVÓS

 O pai do meu pai e o pai da minha mãe são meus avós.
 O pai do meu pai e o pai de minha mãe são meus avôs.

Avôs e avós: o substantivo avô tem duas pronúncias no plural: "avôs" ("ô" fechado) e "avós" ("ó" aberto). Assim: avôs, quando se refere ao avô paterno e ao avô materno: avós, quando se refere ao "avô" e à "avó" (ou aos antepassados).

O correto, portanto, é:
O pai do meu pai e o pai de minha mãe são meus avôs.

 TACHAR / TAXAR / LADRA

 Marta foi taxada de ladrona.
 Marta foi tachada de ladra.

Tachar: é acusar, censurar. Outros exemplos: Ele também foi tachado de ladrão / O promotor foi tachado de leviano.
Taxar é regular o preço; regular, moderar, lançar uma taxa (tributo) sobre.
Pode também significar "qualificar": Muitos taxam a medicina de infalível.
Ladrão: seu feminino é ladra.

O correto, portanto, é:
Marta foi tachada de ladra.

 BEM-VINDO / BENVINDO

 Seja benvida, Maria Cristina.
 Seja bem-vinda, Maria Cristina.

Bem-vindo(a): é um adjetivo composto.
Bemvindo(a) (sem hífen) é nome de homem ou de mulher. O plural de "bem-vindo" é "bem-vindos"; o feminino é "bem-vindas". Assim: Bem-vindo, prezado mestre. / Bem-vinda, prazada professora.

O correto, portanto, é:
Seja bem-vinda, Maria Cristina.

 DISPENSA / DESPENSA

 A dispensa da casa estava sempre cheia de bons alimentos.
 A despensa da casa estava sempre cheia de bons alimentos.

Dispensa: isenção, desobrigação: Recebeu a dispensa do serviço militar.
Despensa: local onde se guardam alimentos.

O correto, portanto, é:
A despensa da casa estava sempre cheia de bons alimentos.

 DEPREDAR

 Os adversários de Danielle depedraram o caminhão.
 Os adversários de Danielle depredaram o caminhão.

A forma correta é depredar: "roubar", "saquear", "destruir".

O correto, portanto, é:
Os adversários de Danielle depredaram o caminhão.

 POSSUIR

 Ele possue mais de dez apartamentos.
 Ele possui mais de dez apartamentos.

Possuir: nas formas dos verbos terminados em "uir", mais precisamente na 2a e 3a pessoas do singular do presente do indicativo, grafa-se "-ui" e não "ue", isto é, emprega-se a letra "i" e não a letra "e". Assim: possuis, possui.
Observe também o verbo "concluir": "concluis", "conclui". O verbo "poluir" também: poluis, polui.

O correto, portanto, é:
Ele possui mais de dez apartamentos.

 HAJA / AJA

 Que você haja com prudência.
 Que você aja com prudência.

Aja é do verbo "agir". Haja, do verbo "haver".
Aja: presente do subjuntivo do verbo "agir" (que eu aja, que tu ajas, que ele aja, etc.).
Haja: presente do subjuntivo do verbo "haver" (que eu haja, que tu hajas, que ele haja, etc.).

O correto, portanto, é:
Que você aja com prudência.

 MAS / PORÉM

 Ela se candidatou, mas porém, não obteve êxito.
 Ela se candidatou, mas não obteve êxito.

As conjunções mas e porém juntas constituem uma forma inaceitável de redundância. Usa-se uma ou outra: Ela se candidatou, mas não obteve êxito; ou Ela se candidatou, porém não obteve êxito.

O correto, portanto, é:
Ela se candidatou, mas não obteve êxito.

 COPO DE ÁGUA

 Bia pediu um copo com água, uma xícara de café e um litro de leite.
 Bia pediu um copo de água, uma xícara de café e um litro de leite.

Não quer dizer que o copo seja feito de água, que a xícara seja feita de café e que o litro seja feito de leite, embora a preposição "de" designe o material de que é feita alguma coisa: cabo de aço, estátua de gesso, etc.
Poucas pessoas teimam em dizer "copo com água", "xícara com café", "litro com leite" - tais expressões têm o sentido de "copo (xícara ou litro) com alguma água ou com algum café, leite". Quando se diz "copo de água", etc., a palavra "copo" (xícara ou litro) define a medida; não quer dizer que o copo (xícara ou litro) seja feito de água, etc.

O correto, portanto, é:
Bia pediu um copo de água, uma xícara de café e um litro de leite.

 IR A / IR PARA

 Foram para Rio das Ostras passar uns dias.
 Foram a Rio das Ostras passar uns dias.

A preposição "a" indica deslocamento rápido.
A preposição "para" indica deslocamento demorado ou definitivo.

O correto, portanto, é:
Foram a Rio das Ostras passar uns dias.

 AO INVÉS DE / EM VEZ DE

 Ao invés de falar, procurou ser atencioso.
 Em vez de falar, procurou ser atencioso.

Há diferença entre:
Ao invés de: é a mesma coisa que "ao contrário": Ao invés de comprar, vendeu.
Em vez de: é a mesma coisa que "em lugar de": Em vez de falar, procurou ser atencioso.

O correto, portanto, é:
Em vez de falar, procurou ser atencioso.

 CONVIR

 Olívia, faça quando isto lhe convir.
 Olívia, faça quando isto lhe convier.

Convir: segue, na conjugação, o verbo "vir". Significa "concordar", ser conveniente, ser útil. O futuro do subjuntivo de vir é: vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem.
Assim: convier, convieres, convier, conviermos, convierdes, convierem.

O correto, portanto, é:
Olivia, faça quando isto lhe convier..

 POLIR

 Mary Lucy pole mensalmente os seus talhares .
 Mary Lucy pule mensalmente os seus talheres.

Polir: presente do indicativo: pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem.

O correto, portanto, é:
Mary Lucy pule mensalmente os seus talhares.

 REAVER

 Eles reaveram o objeto perdido.
 Eles reouveram o objeto perdido.

Reaver: verbo defectivo. Segue o verbo "haver" somente nas formas em que conserva o "v".

O correto, portanto, é:
Eles reouveram o objeto perdido.

 IR

 Se ele ir, eu irei também.
 Se ele for, eu irei também.

O futuro do subjuntivo do verbo "ir" é: for, fores, for, formos, fordes, forem.

O correto, portanto, é:
Se ele for, eu irei também.

 ACAUTELAR-SE / PRECAVER-SE

 Que você se precavenha, meu filho.
 Que você se acautele, meu filho.

Precaver-se: este verbo não possui o presente do subjuntivo. Deve ser substituído por "acautelar-se", "prevenir".

O correto, portanto, é:
Que você se acautele, meu filho.

 COLORIR

 Eu coloro a vida com versos de amor.
 Eu dou cor à vida com versos de amor.

Colorir: verbo defectivo. Só se conjuga nas pessoas em que ao "r" se segue "e" ou "i". Assim:... tu colores, ele colore, nós colorimos, vós coloris, eles colorem. Não se conjuga, pois, na primeira pessoa do singular do presente do indicativo. Quando precisar, procure usar um equivalente, como "Dar cor a"; "matizar de cor"; "pintar com cores vivas", etc.

O correto, portanto, é:
Eu dou cor à vida com versos de amor.

 CONSIGO / COM VOCÊ

 Quero falar consigo.
 Quero falar com você.

O pronome consigo é reflexivo. Assim: Ele fala consigo mesmo. / O professor leva consigo a pasta. Deve-se dizer: Quero falar com você. / Quero falar com o senhor. / Quero falar com ela. / Quero ir com ela ao teatro. Se o tratamento for da segunda pessoa deve-se dizer: Quero falar contigo. / Quero ir contigo ao cinema.

O correto, portanto, é:
Quero falar com você.

 MIM / SI

 Eu fiquei fora de si.
 Eu fiquei fora de mim.

O pronome mim concorda com a 1a pessoa (eu) e o pronome si, com a 3a pessoa (ele, ela).
Assim: Meus filhos esperam muito de mim. ? O vizinho ficou fora de si.

O correto, portanto, é:
Eu fiquei fora de mim.

 PARA EU / PARA MIM

 O jornal é para mim ler.
 O jornal é para eu ler.

Nunca se deve dizer: mim quer casar ou mim vai car. O eu é que pode ser sujeito.
Assim: Sou eu que faço. Portanto, para eu ler. Use o "mim", quando o "eu" não for o sujeito.
Assim: O jornal é para mim. / Para mim, ela é linda.

  • O correto, portanto, é:

O jornal é para eu ler.

 SOBRANCELHAS/SOMBRANCELHAS

 Minhas sombrancelhas.
 Minhas sobrancelhas.

Sobrancelhas: Cada uma das duas faixas de pêlos que se dispõem por sobre as órbitas oculares; SOBROLHO; SUPERCÍLIO.
Não existe a palavra sombrancelhas.

O correto, portanto, é:
Minhas sobrancelhas.

CEM ERROS MAIS COMUNS DE NOSSO QUERIDO IDIOMA



1 - "Mal cheiro", "mau-humorado". Mal opõe-se a bem e mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado).Igualmente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.
2 - "Fazem" cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.
3 - "Houveram" muitos acidentes. Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais.
4 - "Existe" muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem normalmente o plural: Existem muitas esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam poucas peças. / Restaram alguns objetos. / Sobravam idéias.
5 - Para "mim" fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer.
6 - Entre "eu" e você. Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. / Entre eles e ti.
7 - "Há" dez anos "atrás". Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos ou dez anos atrás.
8 - "Entrar dentro". O certo: entrar em. Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do falecido.
9 - "Venda à prazo". Não existe crase antes de palavra masculina, a menos que esteja subentendida a palavra moda: Salto à (moda de) Luís XV. Nos demais casos: A salvo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter.
10 - "Porque" você foi? Sempre que estiver clara ou implícita a palavra razão, use por que separado: Por que (razão) você foi? / Não sei por que (razão) ele faltou. / Explique por que razão você se atrasou. Porque é usado nas respostas: Ele se atrasou porque o trânsito estava congestionado.
11 - Vai assistir "o" jogo hoje. Assistir como presenciar exige aVai assistir ao jogo, à missa, à sessão. Outros verbos com aA medida não agradou (desagradou) à população. / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.
12 - Preferia ir "do que" ficar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar. É preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem glória.
13 - O resultado do jogo, não o abateu. Não se separa com vírgula o sujeito do predicado. Assim: O resultado do jogo não o abateu. Outro erro: O prefeito prometeu, novas denúncias. Não existe o sinal entre o predicado e o complemento: O prefeito prometeu novas denúncias.
14 - Não há regra sem "excessão". O certo é exceção. Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma correta: "paralizar" (paralisar), "beneficiente" (beneficente), "xuxu" (chuchu), "previlégio" (privilégio), "vultuoso" (vultoso), "cincoenta" (cinqüenta), "zuar" (zoar), "frustado" (frustrado), "calcáreo" (calcário), "advinhar" (adivinhar), "benvindo" (bem-vindo), "ascenção" (ascensão), "pixar" (pichar), "impecilho" (empecilho), "envólucro" (invólucro).
15 - Quebrou "o" óculos. Concordância no plural: os óculos, meus óculos. Da mesma forma: Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias.
16 - Comprei "ele" para você. Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. Assim: Comprei-o para você. Também: Deixe-os sair, mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me.
17 - Nunca "lhe" vi. Lhe substitui a ele, a eles, a você e a vocês e por isso não pode ser usado com objeto direto: Nunca o vi. / Não o convidei. / A mulher o deixou. / Ela o ama.
18 - "Aluga-se" casas. O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se empregados.
19 - "Tratam-se" de. O verbo seguido de preposição não varia nesses casos: Trata-se dos melhores profissionais. / Precisa-se de empregados. / Apela-se para todos. / Conta-se com os amigos.
20 - Chegou "em" São Paulo. Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo.
21 - Atraso implicará "em" punição. Implicar é direto no sentido de acarretar, pressupor: Atraso implicará punição. / Promoção implica responsabilidade.
22 - Vive "às custas" do pai. O certo: Vive à custa do pai. Use também em via de, e não "em vias de": Espécie em via de extinção. / Trabalho em via de conclusão.
23 - Todos somos "cidadões". O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres (de caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres.
24 - O ingresso é "gratuíto". A pronúncia correta é gratúito, assim como circúito, intúito e fortúito (o acento não existe e só indica a letra tônica). Da mesma forma: flúido, condôr, recórde, aváro, ibéro, pólipo.
25 - A última "seção" de cinema. Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale a tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do Congresso.
26 - Vendeu "uma" grama de ouro. Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo, são a agravante, a atenuante, a alface, a cal, etc.
27 - "Porisso". Duas palavras, por isso, como de repente a partir de.
28 - Não viu "qualquer" risco. É nenhum, e não "qualquer", que se emprega depois de negativas: Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / Nunca promoveu nenhuma confusão.
29 - A feira "inicia" amanhã. Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se (inaugura-se) amanhã.
30 - Soube que os homens "feriram-se". O que atrai o pronome: Soube que os homens se feriram. / A festa que se realizou... O mesmo ocorre com as negativas, as conjunções subordinativas e os advérbios: Não lhe diga nada. / Nenhum dos presentes se pronunciou. / Quando se falava no assunto... / Como as pessoas lhe haviam dito... / Aqui se faz, aqui se paga. / Depois o procuro.
31 - O peixe tem muito "espinho". Peixe tem espinha. Veja outras confusões desse tipo: O "fuzil" (fusível) queimou. / Casa "germinada" (geminada), "ciclo" (círculo) vicioso, "cabeçário" (cabeçalho).
32 - Não sabiam "aonde" ele estava. O certo: Não sabiam onde ele estava. Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?
33 - "Obrigado", disse a moça. Obrigado concorda com a pessoa: "Obrigada", disse a moça. / Obrigado pela atenção. / Muito obrigados por tudo.
34 - O governo "interviu". Intervir conjuga-se como vir. Assim: O governo interveio. Da mesma forma: intervinha, intervim, interviemos, intervieram. Outros verbos derivados: entretinha, mantivesse, reteve, pressupusesse, predisse, conviesse, perfizera, entrevimos, condisser,etc.
35 - Ela era "meia" louca. Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga.
36 - "Fica" você comigo. Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo é fiqueFique você comigo. / Venha pra Caixa você também. / Chegue aqui.
37 - A questão não tem nada "haver" com você. A questão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo a ver com você.
38 - A corrida custa 5 "real". A moeda tem plural, e regular: A corrida custa 5 reais.
39 - Vou "emprestar" dele. Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o livro (ceder)ao meu irmão. Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas malas.
40 - Foi "taxado" de ladrão. Tachar é que significa acusar de: Foi tachado de ladrão. / Foi tachado de leviano.
41 - Ele foi um dos que "chegou" antes. Um dos que faz a concordância no plural: Ele foi um dos que chegaram antes (dos que chegaram antes, ele foi um). / Era um dos que sempre vibravam com a vitória.
42 - "Cerca de 18" pessoas o saudaram. Cerca de indica arredondamento e não pode aparecer com números exatos: Cerca de 20 pessoas o saudaram.
43 - Ministro nega que "é" negligente. Negar que introduz subjuntivo, assim como embora e talvez: Ministro nega que seja negligente. / O jogador negou que tivesse cometido a falta. / Ele talvez o convide para a festa. / Embora tente negar, vai deixar a empresa.
44 - Tinha "chego" atrasado. "Chego" não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.
45 - Tons "pastéis" predominam. Nome de cor, quando expresso por substantivo, não varia: Tons pastel, blusas rosa, gravatas cinza,camisas creme. No caso de adjetivo, o plural é o normal: Ternos azuis, canetas pretas, fitas amarelas.
46 - Lute pelo "meio-ambiente". Meio ambiente não tem hífen, nem hora extra, ponto de vistamala direta, pronta entrega, etc. O sinal aparece, porém, em mão-de-obra, matéria-prima, infra-estrutura, primeira-dama, vale-refeição, meio-de-campo, etc.
47 - Queria namorar "com" o colega. O com não existe: Queria namorar o colega.
48 - O processo deu entrada "junto ao" STF. Processo dá entrada no STF. Igualmente: O jogador foi contratado do (e não "junto ao")Guarani. / Cresceu muito o prestígio do jornal entre os (e não "junto aos") leitores. / Era grande a sua dívida com o (e não "junto ao") banco. / A reclamação foi apresentada ao (e não "junto ao") Procon.
49 - As pessoas "esperavam-o". Quando o verbo termina em mão ou õe, os pronomes o, a, os e as tomam a forma no, na, nos nas: As pessoas esperavam-no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos.
50 - Vocês "fariam-lhe" um favor? Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) depois de futuro do presente, futuro do pretérito (antigo condicional) ou particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iamum favor? / Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca"imporá-se"). / Os amigos nos darão (e não "darão-nos"um presente. / Tendo-me formado (e nunca tendo "formado-me").
51 - Chegou "a" duas horas e partirá daqui "há" cinco minutos.  indica passado e equivale a faz, enquanto a exprime distância ou tempo futuro (não pode ser substituído por faz): Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco minutos. / O atirador estava a (distância) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias.
52 - Blusa "em" seda. Usa-se de, e não em, para definir o material de que alguma coisa é feita: Blusa de seda, casa de alvenaria, medalha de prata, estátua de madeira.
53 - A artista "deu à luz a" gêmeos. A expressão é dar à luz, apenas: A artista deu à luz quíntuplos. Também é errado dizer: Deu "a luz a" gêmeos.
54 - Estávamos "em" quatro à mesa. em não existe: Estávamos quatro à mesa. / Éramos seis. / Ficamos cinco na sala.
55 - Sentou "na" mesa para comer. Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de. Veja o certo: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou ao piano, à máquina, ao computador.
56 - Ficou contente "por causa que" ninguém se feriu. Embora popular, a locução não existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu.
57 - O time empatou "em" 2 a 2. A preposição é porO time empatou por 2 a 2. Repare que ele ganha por perde por. Da mesma forma:empate por.
58 - À medida "em" que a epidemia se espalhava... O certo é: À medida que a epidemia se espalhava... Existe ainda na medida em que(tendo em vista que): É preciso cumprir as leis, na medida em que elas existem.
59 - Não queria que "receiassem" a sua companhia. O i não existe: Não queria que receassem a sua companhia. Da mesma forma:passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só existe i quando o acento cai no e que precede a terminação ear: receiem, passeias, enfeiam).
60 - Eles "tem" razão. No plural, têm é assim, com acento. Tem é a forma do singular. O mesmo ocorre com vem e vêm e põe põem:Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.
61 - A moça estava ali "há" muito tempo. Haver concorda com estava. Portanto: A moça estava ali havia (fazia) muito tempo. / Ele doara sangue ao filho havia (fazia) poucos meses. / Estava sem dormir havia (fazia) três meses. (O havia se impõe quando o verbo está no imperfeito e no mais-que-perfeito do indicativo.)
62 - Não "se o" diz. É errado juntar o se com os pronomes o, a, os e as. Assim, nunca use: Fazendo-se-os, não se o diz (não se diz isso), vê-se-a, etc.
63 - Acordos "políticos-partidários". Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia: acordos político-partidários. Outros exemplos:Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-financeiras, partidos social-democratas.
64 - Fique "tranquilo". O pronunciável depois de q e g e antes de e e i exige trema: Tranqüilo, conseqüência, lingüiça, agüentar, Birigüi.
65 - Andou por "todo" país. Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi demitida. Sem o, todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada homem) é mortal. / Toda nação (qualquer nação) tem inimigos.
66 - "Todos" amigos o elogiavam. No plural, todos exige osTodos os amigos o elogiavam. / Era difícil apontar todas as contradições do texto.
67 - Favoreceu "ao" time da casa. Favorecer, nesse sentido, rejeita aFavoreceu o time da casa. / A decisão favoreceu os jogadores.
68 - Ela "mesmo" arrumou a sala. Mesmo, quanto equivale a próprio, é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas mesmas recorreram à polícia.
69 - Chamei-o e "o mesmo" não atendeu. Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. / Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos servidores (e não "dos mesmos").
70 - Vou sair "essa" noite. É este que desiga o tempo no qual se está ou objeto próximo: Esta noite, esta semana (a semana em que se está), este dia, este jornal (o jornal que estou lendo), este século (o século 21).
71 - A temperatura chegou a 0 "graus". Zero indica singular sempre: Zero grau, zero-quilômetro, zero hora.
72 - A promoção veio "de encontro aos" seus desejos. Ao encontro de é que expressa uma situação favorável: A promoção veio ao encontro dos seus desejos. De encontro a significa condição contrária: A queda do nível dos salários foi de encontro às (foi contra)expectativas da categoria.
73 - Comeu frango "ao invés de" peixe. Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de peixe. Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu.
74 - Se eu "ver" você por aí... O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu vier (de vir), convier; se eu tiver (de ter), mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se ele fizer (de fazer), desfizer; se nós dissermos (de dizer), predissermos.
75 - Ele "intermedia" a negociação. Mediar e intermediar conjugam-se como odiarEle intermedeia (ou medeiaa negociação.Remediar, ansiar e incendiar também seguem essa norma: Remedeiam, que eles anseiem, incendeio.
76 - Ninguém se "adequa". Não existem as formas "adequa", "adeqüe", etc., mas apenas aquelas em que o acento cai no a ou o:adequaram, adequou, adequasse, etc.
77 - Evite que a bomba "expluda". Explodir só tem as pessoas em que depois do d vêm e iExplode, explodiram, etc. Portanto, não escreva nem fale "exploda" ou "expluda", substituindo essas formas por rebente, por exemplo. Precaver-se também não se conjuga em todas as pessoas. Assim, não existem as formas "precavejo", "precavês", "precavém", "precavenho", "precavenha", "precaveja", etc.
78 - Governo "reavê" confiança. Equivalente: Governo recupera confiança. Reaver segue haver, mas apenas nos casos em que este tem a letra vReavemos, reouve, reaverá, reouvesse. Por isso, não existem "reavejo", "reavê", etc.
79 - Disse o que "quiz". Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôrQuis, quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse, puseram, puséssemos.
80 - O homem "possue" muitos bens. O certo: O homem possui muitos bens. Verbos em uir só têm a terminação uiInclui, atribui, polui.Verbos em uar é que admitem ueContinue, recue, atue, atenue.
81 - A tese "onde"... Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja o jardim onde as crianças brincam. Nos demais casos, use em queA tese em que ele defende essa idéia. / O livro em que... / A faixa em que ele canta... / Na entrevista em que...
82 - Já "foi comunicado" da decisão. Uma decisão é comunicada, mas ninguém "é comunicado" de alguma coisa. Assim: Já foi informado(cientificado, avisadoda decisão. Outra forma errada: A diretoria "comunicou" os empregados da decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos empregados.
83 - Venha "por" a roupa. Pôr, verbo, tem acento diferencial: Venha pôr a roupa. O mesmo ocorre com pôde (passado): Não pôde vir. Veja outros: fôrma, pêlo pêlos (cabelo, cabelos), pára (verbo parar), péla (bola ou verbo pelar), pélo (verbo pelar), pólo pólos. Perderam o sinal, no entanto: Ele, toda, ovo, selo, almoço, etc.
84 - "Inflingiu" o regulamento. Infringir é que significa transgredir: Infringiu o regulamento. Infligir (e não "inflingir") significa impor: Infligiu séria punição ao réu.
85 - A modelo "pousou" o dia todo. Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante, etc. Não confunda também iminente(prestes a acontecer) com eminente (ilustre). Nem tráfico (contrabando) com tráfego (trânsito).
86 - Espero que "viagem" hoje. Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma verbal é viajem (de viajar): Espero que viajem hoje.Evite também "comprimentar" alguém: de cumprimento (saudação), só pode resultar cumprimentar. Comprimento é extensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concretizado).
87 - O pai "sequer" foi avisado. Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi avisado. / Não disse sequer o que pretendia. / Partiu sem sequer nos avisar.
88 - Comprou uma TV "a cores". Veja o correto: Comprou uma TV em cores (não se diz TV "a" preto e branco). Da mesma forma:Transmissão em cores, desenho em cores.
89 - "Causou-me" estranheza as palavras. Use o certo: Causaram-me estranheza as palavras. Cuidado, pois é comum o erro de concordância quando o verbo está antes do sujeito. Veja outro exemplo: Foram iniciadas esta noite as obras (e não "foi iniciado" esta noite as obras).
90 - A realidade das pessoas "podem" mudar. Cuidado: palavra próxima ao verbo não deve influir na concordância. Por isso : A realidade das pessoas pode mudar. / A troca de agressões entre os funcionários foi punida (e não "foram punidas").
91 - O fato passou "desapercebido". Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado. Desapercebido significa desprevenido.
92 - "Haja visto" seu empenho... A expressão é haja vista e não varia: Haja vista seu empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas críticas.
93 - A moça "que ele gosta". Como se gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta. Igualmente: O dinheiro de que dispõe, o filme a que assistiu (e não que assistiu), a prova de que participou, o amigo a que se referiu, etc.
94 - É hora "dele" chegar. Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou pronome, nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele chegar. / Apesar de o amigo tê-lo convidado... / Depois de esses fatos terem ocorrido...
95 - Vou "consigo". Consigo só tem valor reflexivo (pensou consigo mesmo) e não pode substituir com você, com o senhor. Portanto: Vou com você, vou com o senhor. Igualmente: Isto é para o senhor (e não "para si").
96 - Já "é" 8 horas. Horas e as demais palavras que definem tempo variam: Já são 8 horas. / Já é (e não "são"1 hora, já é meio-dia, já é meia-noite.
97 - A festa começa às 8 "hrs.". As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não "kms."), 5 m, 10 kg.
98 - "Dado" os índices das pesquisas... A concordância é normal: Dados os índices das pesquisas... / Dado o resultado... / Dadas as suas idéias...
99 - Ficou "sobre" a mira do assaltante. Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do assaltante. / Escondeu-se sob a cama.Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava sobre o telhado. / Falou sobre a inflação. E lembre-se: O animal ou o piano têm caudae o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz alguma coisa e alguém vai para trás.
100 - "Ao meu ver". Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver.




  • Vejam algumas expressões curiosas  da linguagem que circulam até hoje entre nós e que marcam a riqueza histórica de nossa língua.

Interessante - Histórias e curiosidades.



 “Sangue nos olhos”Quanto mais vontade de vencer, melhor o termo é usado para caracte­rizar pessoas que são destemidas, amam desafios e encaram os obstá­culos com uma gana incondicional de superá-Ios. De acordo com Luís da Câmara Cascudo em Locuções Tradicionais do Brasil, um dos primeiros brasileiros notórios a osten­tar o atributo foi dom Pedro I - em Portugal, dom João lI. A origem da expressão também chegou ao país vinda de terras portuguesas. "Tan­to valia ser godo e neto dos antigos conquistadores como ter os olhos abrasados", escreveu o autor João Ribeiro. A diferença é que em Por­tugal o termo era usado em sinal de fidalguia. No Brasil, no entanto, ele denuncia homens audaciosos e corajosos. CAROLINA SILVA. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
Amarrar o bode”
Depois de preso, o bicho fica arisco e perigoso

 Quando dizemos que alguém amarrou o bode é porque a pessoa está de cara amarrada, mal-humo­rada, ranzinza e muito irritada. A origem da expressão deriva do próprio comportamento do animal que dá nome à expressão. Nor­malmente criados em liberdade perambulando pelo pasto, quando amarrados, os bodes se tornam impacientes e rebeldes e dão iní­cio a um verdadeiro berreiro. A expressão é usada, então, para indicar a insatisfação de alguém perante determinada situação. Mas o termo pode ainda ser usa­do para indicar o fim da liberdade (amorosa), no momento em que um casal resolve assumir um re­lacionamento sério. C. S. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)





“Sangria desatada”

 No século 16, era sangue para todo lado

 Ainda antes de Hipócrates, du­rante o século 5 a.C., os médicos tinham o costume de sangrar o paciente para expelir os agentes da doença que o acometia. Mas, às vezes, a prática saía pela culatra e o doente embalava num sangra­mento que podia o levar à morte. Essa hemorragia, também conhe­cida como fleborrexis, ainda era praticada no século 16. "É verdade que há pouco roguei em uma carta que não sangrasse mais!", escreveu a madre Maria Bautista à priora de Valladolid, na Espanha. Esse san­gramento descontrolado exige cui­dados rápidos e eficientes. Assim, quando dizemos que alguma coisa não é uma "sangria desatada", es­tamos querendo dizer que ela não precisa ser resolvida com urgência desmedida. JOANA SANTOS. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)



 “Mundos e fundos”

Expressão surgiu das navegações espanholas
 Quando se diz que alguém prometeu "mundos e fundos", é porque essa pessoa fez promessas infundadas ou exageradas. A origem da expressão remonta às navegações espanholas. Segundo uma antiga promessa que rogava "O Céu pediu estrelas/ O pei­xe pediu fundura", os aventureiros tinham uma impressão abissal do mar. Para eles, a noção de mundo e da fundura do oceano era algo re­corrente e trivial no dia a dia - daí o termo com os dois exageros. Reafirma sobre mundo, o escritor José Alcânta­ra: "Boca do mundo é uma expressão típica da multidão anônima". J. S. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)


 “Gato por lebre” 
 Até Camões caía nesse tipo de golpe
 Levar gato por lebre é ser engana­do, levar algo sem valor acreditando ser bem mais caro. A expressão teve origem em Portugal, onde o "churras­quinho de gato" era bem mais apre­ciado do que por aqui. Os lusitanos gostavam tanto da carne do pobre bi­chano que, no século 19, a caçada aos gatos para fins culinários virou moda entre os estudantes de Coimbra.
Como a carne do felino era mais barata, algumas estalagens de Portu­gal e da Espanha serviam gato como se fosse lebre. Era uma prática tão co­mum que Luís de Camões, no Auto dos Enfatriões, escreveu: "Fantasia de don­zela / não há quem como eu as quebre / porque certo cuidam elas / que com palavrinhas belas / nos vendem gato por lebre." LíVIA LOMBARDO. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)


 “Preto no branco” 
Expressão teve origem em outra, mais antiga
 Colocar o preto no branco é re­gistrar, por escrito, uma promessa ou acordo para que depois não se corra o risco de ficar o dito pelo não dito. De acordo com o folclorista brasileiro Luís da Câmara Cascu­do, essa expressão teria surgido no Brasil do século 19 como substituta para uma outra, bem mais antiga, datada da segunda metade do sécu­lo 9: cum cornu et cum alvende. Cornu significava tinteiro e alvende era o alvará, o decreto. Assim, a frase em latim faz referência a um decreto ou documento escrito e assinado. Na versão posterior e abrasileirada da expressão, preto significaria a tinta e branco, o papel. L.L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)


  “Ir para a cucuia”
Cemitério é uma das origens da expressão 
Quando alguma coisa termina mal, dizemos que "foi para a cucuia". Existem duas versões diferentes para explicar a origem desta expressão. A mais aceita refere-se ao antigo cemi­tério da Cacuia, localizado na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. O local foi inaugurado em janeiro de 1904 e, desde então, "ir para a Cacuia" tornou-­se sinônimo de "bater as botas". Aos poucos, no entanto, a expressão foi se generalizando e passou-se a utilizá-Ia também para se referir a outras situ­ações com finais nada felizes.
A outra explicação para o ditado vem do tupi. Na língua indígena, kui significa cair, ir para a decadência. A duplicação de kui teria resultado em kukui, que, por sua vez, deu em cucuia. LÍVIA LOMBARDO. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)


  “Torcer a orelha”
Frase teve origem com a deusa da memória 
"Torcer a orelha" é o mesmo que arrepender-se, lastimar-se por não ter feito algo que poderia trazer bons resultados. A origem da expressão remota a Mnemosine, a deusa da me­mória. Segundo a mitologia, ela era a responsável por impedir o esqueci­mento das pessoas - e a orelha era o órgão dedicado a essa deusa gregaAssim, torcer as orelhas era uma forma de estimular a memória e ga­rantir que erros cometidos não fossem esquecidos. O gesto acabou virando um ato de autopunição. A expressão foi registrada pela primeira vez em 1533, na obra Romagem de Agravados, de Gil Vicente: "Nunca o nosso agravo fora, / Nem eu torcera a orelha”. L.L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)


  “Dar uma banana”
 Gesto vulgar reflete desabafo ou ofensa
 O ato de erguer o punho direito cerrado com força, apontando o coto­velo de um jeito meio brusco, tem sido cada vez mais preterido em favor dos pesados palavrões usados no dia a dia. Acredita-se que a expressão "dar uma banana" não só surgiu depois, como foi inspirada no gesto ofensivo e vulgar. O acréscimo da fruta (com conotação fálica), no entanto, acon­teceu apenas em território brasileiro. Em Portugal, sua terra natal, o gesto é acompanhado de diferentes expres­sões: "fazer as armas de santo Antô­nio", "manguito" ou "dar manguito" - no país europeu, a referência às ar­mas da Ordem Terceira de São Fran­cisco, em que figuravam dois braços cruzados, tem a mesma intenção de xingamento. EDUARDO LUCENA. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)


  “Do arco da velha” 
Origem da expressão está ligada ao arco-íris
 Usada para designar histórias inacreditáveis, fora do comum, absurdas ou muito antigas e em desuso, a expressão tem origem nas páginas do Antigo Testamento. O termo se refere ao arco-íris que surgiu no céu após o grande dilúvio contado pela Bíblia. O arco de sete cores simbolizava a aliança entre Deus e os homens, representados por Noé. Mas, crítica a um acontecimento fantasioso ou distante da realidade, a alcunha foi criada também com base em ilustrações medievais que mostravam velhas senhoras (possivelmente bruxas) ao lado de arco-íris. O termo velha surge, então, como uma tradução das forças adversárias da normali­dade, que aparecem ligadas à bru­xaria e aos malefícios à fecundida­de vegetal e animal. E. L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)


  “Fazer de gato-sapato”
 Expressão pode ter surgido de uma brincadeira
 Quando alguém é tratado com desprezo, dizemos que a pessoa foi feita de gato-sapato. A origem mais provável para a alcunha está em um jogo antigo conhecido como gato­-sapato. Na brincadeira, uma criança de olhos vendados tinha de agarrar um colega. Enquanto tentava, outras crianças batiam nela com sapatos. Daí a expressão "fazer de gato-sapato".
 Já o escritor Marcelo Duarte apon­ta outra possível origem para a ex­pressão. Segundo ele, tudo poderia ter começado numa época em que era moda abreviar palavras. Sapato, que se escrevia com "ç", era reduzido para "çato". Dependendo da letra de quem escrevia ou da atenção de quem lia, "çato" poderia ser facilmente confun­dido com "gato". LÌVIA LOMBARDO. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)


  “Engolir sapo”
 Só brasileiros "engolem" o anfíbio
 A expressão engolir sapo, usada quando somos obrigados a tolerar coisas desagradáveis sem podermos responder, é um regionalismo típico do Brasil. Mas por que engolir sapo e não cobra, borboleta ou jacaré? De acordo com Luís da Câmara Cascudo, em Dicionário do Folclore Brasileiro, o sapo é indispensável nas bruxarias. Acreditava-se ainda que existia uma pedra na cabeça dos anfíbios eficaz nos sortilégios. Ou seja, além de gos­mento, os bichos eram associados às forças ocultas.
Há também um episódio bíblico que conta que Deus castigou um faraó egípcio enviando um enxame de rãs, que invadiram casas e fornos. L.L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)




 “Perder as estribeiras” 
Expressão surgiu nos jogos de cavalaria
 Quando uma pessoa se descon­trola ou fica momentaneamente de­satinada, dizemos que ela "perdeu as estribeiras". A origem dessa expres­são está nos jogos europeus de cavalaria dos séculos 15 a 17. Literalmen­te, perder as estribeiras significava ficar sem contato com os estribos, aros que pendem de cada lado da sela do cavalo e são utilizados como ponto de apoio para o pé do cavaleiro.
 Nas antigas corridas de argoli­nhas, torneios em que os cavaleiros a galope precisam atingir com a pon­ta de uma lança as argolas pendu­radas em fios, perder as estribeiras desclassificava automaticamente os cavaleiros do páreo. Já nas corridas de cavalos sertanejas do Brasil, quem co­metesse esse erro era zombado e tinha que pagar a bebida dos companheiros como castigo. LÍVIA LOMBARDO. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)


  “Da pá virada”
 Era assim que se falava de uma pessoa desocupada
 Atualmente, a expressão "da pá vi­rada" pode ser usada com vários signi­ficados bem diferentes. Ela serve, por exemplo, para qualificar uma criança travessa e inquieta. Também se fala assim de pessoas de má índole e que são criadoras de casos. Além disso, a frase ainda pode servir para elogiar indivíduos corajosos e competentes.
Em sua origem, porém, essa frase tinha um único significado. Uma pá de pedreiro virada, voltada para o solo, é um instrumento inútil, sem nenhuma serventia. Assim, a construção verbal era utilizada para designar indivíduos vadios, sem ocupação, que não traba­lhavam e, da mesma maneira que uma pá virada, não serviam para nada. De acordo com o historiador Luís da Câmara Cascudo (1898-1986), a ex­pressão é brasileira, e provavelmente surgiu no século 19. L.L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)



“Quebrar o galho” 
Duas histórias explicam a origem da expressão 
Quando alguém nos ajuda a re­solver um problema, dizemos que essa pessoa nos "quebrou um ga­lho". Existem duas versões diferen­tes para explicar a origem desse re­gionalismo tão usado no Brasil. Um dos significados da palavra galho é "conjunto de riachos que se reúnem para formar um rio". Assim, para os viajantes, "quebrar um galho" significa abrir um caminho em um afluente de rio para desembocar de forma mais rápida no rio principal.
A segunda versão está ligada a Exu Quebra-Galho, entidade da umbanda que, acredita-se, exerce forte domínio sobre as mulheres. Exu é procurado por muitos homens para "quebrar galhos" amorosos com trabalhos de amarração. LÌVIA LOMBARDO. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)



  “De ara que”
Insulto está ligado a bebida alcoólica árabe
Uma coisa "de araque" é sem valor ou de mentira. A origem desse insulto está em uma bebida chamada "arak", trazida ao Brasil por imigrantes ára­bes de origem não-muçulmana. Trata-­se de um licor de alto teor alcoólico, que, puro, pode chegar a 80% de álco­ol. Em geral, ele é diluído em água.
 Por ser muito forte, o drinque é capaz de provocar grandes bebedei­ras em pessoas não acostumadas. AI­coolizadas, elas começam a falar bes­teiras. Daí o surgimento da expressão pejorativa "de araque" para se referir a algo que é tão desacreditado quanto uma pessoa de porre. L.L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)


 “ Olha o passarinho” 
Ave na gaiola deixava criançada imóvel na hora da foto
 Quando a fotografia foi inventada, a im­pressão da imagem no filme não se da­va rapidinho como hoje. Ver a foto nu­ma telinha digital segundos após ela ser tirada, podendo apagá-Ia e fazer de no­vo se alguém piscou, tampouco passava pela cabeça dos fotógrafos. Por isso po­sar era um processo bastante lento.
Na metade do século 19, os fotogra­fados tinham de permanecer parados por até 15 minutos a fim de que sua imagem fosse impressa dentro da má­quina. E fazer as crianças ficarem imó­veis por tanto tempo era um verdadei­ro desafio. Por isso, gaiolas com pássa­ros ficavam penduradas atrás dos fotó­grafos e chamavam a atenção dos pe­quenos, tornando mais fácil a brinca­deira. Assim, a expressão "olha o passa­rinho" ficou conhecida como a frase di­ta pelo fotógrafo na hora da pose. A.L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)


 “As paredes têm ouvidos”
 Expressão se originou de um antigo provérbio persa
 Tanto ocidentais quanto orientais con­cordam com a expressão que alerta para os perigos de sermos escutados sem saber. O dito existe, nessa mesma for­ma, em línguas como alemão, francês e chinês. Sua origem remonta a um anti­go provérbio persa que dizia: "As paredes têm ratos, e ratos têm ouvidos".
Um dos primeiros registros de provér­bio semelhante em inglês aparece no clás­sico medieval The Canterbury Tales, es­crito por Geoffrey Saucer entre 1387 e 1400. Saucer descreve algo como "aque­le campo tinha olhos, e a madeira tinha ouvidos" em um dos contos.
A expressão ganhou um sentido quase literal, que pode ser teste­munhado até hoje em castelos me­dievais e, principalmente, palácios re­nascentistas. Muitos deles - como o Palácio dos Doges, em Veneza, Itália ­escondem dutos e aberturas pelas pare­des, construídas na época para possi­bilitar a audição, em outras salas, de encontros políticos a portas fechadas. ADRIANA LUI. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)


  “Dar uma canja”
 Iniciais do Clube dos Amigos do Jazz originaram o dito
 Nos anos 60, o Clube dos Amigos do Jazz, entidade brasileira formada por fãs do gênero, era conhecido pela sigla Canja. Um dos costumes dos membros do clube era deixar seus instrumentos à disposição. Assim, os freqüentadores do local podiam se aventurar em apre­sentações de improviso. De "tocar no Canja” para "dar uma canja" foi um pulo - e hoje todo músico que partici­pa, de graça, de uma apresentação não planejada está "dando uma canja.
Corre entre músicos outra história para explicar a expressão: ela teria vin­do da famosa distribuição de sopa fei­ta aos mais pobres aqui no Brasil. As­sim como o prato era distribuído gra­tuitamente, os artistas que não rece­biam para subir ao palco estavam "dan­do uma canja”. A.L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)



 " Fazer o diabo a quatro” 
Dizemos que fulano "fez o diabo a qua­tro" numa festa, por exemplo, quando queremos dizer que ele fez algo inacre­ditável ou uma grande bagunça. De acor­do com Reinaldo Pimenta, autor do li­vro A Casa da Mãe Joana, que explica a origem de palavras e expressões, esta nas­ceu na França (o original é fàire le dia­ble à quatre) durante a Idade Média.
 Nas peças de teatro daquela época, um dos personagens que sempre apare­cia era o diabo. Quando o autor das re­presentações queria fazer algum barulho, criava papéis para um ou dois diabos. Quando a idéia era causar espanto real­mente, fazer uma verdadeira bagunça na peça, escalava quatro diabos. "Daí o 'dia­bo a quatro' significar coisas espantosas, grande confusão", escreve Pimenta. CLÁUDIA DE CASTRO LIMA. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)


  “Estar na pindaíba”
Liso, na pior, sem um tostão furado. Es­tar ou andar na pindaíba é não ter di­nheiro nem para õ essencial, passar por uma fase de grande penúria financeira.
Há pelo menos três explicações para a origem da frase. Uma delas é do lingüis­ta Batista Caetano, autor deVocabulá­rio. Segundo ele, pindaíba é uma pala­vra de origem tupi que significa "vara de anzol" (pinda é anzol e iba, vara). Estar na pindaíba era dispor apenas de uma vara para a sobrevivência.
A outra versão, também de origem tupi, é do filólogo João Ribeiro, em A Língua Nacional: pindaíba era uma sel­va densa de cipós onde, às vezes, os ín­dios ficavam presos - ou seja, em gran­de dificuldade. A terceira explicação, por fim, é de Nei Lopes, estudioso de lín­guas africanas. De acordo com ele, a fra­se se incorporou ao português pela lín­gua quimbundo, falada em Angola. Pin­daíba viria de uma junção de mbinda,"miséria", e uaíba, "feia" - e significaria estar na mais completa miséria. BRUNO COSTA. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)


  “Vale quanto pesa”
Duas origens são aceitas - uma delas é brasileira 
A expressão significa dar valor a algo por meio de seu peso e substância. "Quer dizer que você não está pagan­do mais do que uma coisa de fato vale, nem um centavo a mais por grama ine­xistente", afirma Reinaldo Pimenta, au­tor de A Casa da Mãe Joana, livro que desvenda a origem de expressões.
Há duas origens para ela. Uma re­monta a uma lei medieval de povos do norte da Europa, que determinava que o assassino deveria pagar uma quantia em ouro ou prata à família do morto, calcu­lada sobre o peso do falecido. A outra ver­são é bem brasileira: na época do comér­cio de escravos, os homens ganhavam va­lor proporcional à idade e ao peso, características relacionadas à sua força. Por is­so, nos mercados de escravos, havia ba­lanças próprias disponíveis para aferir os quilogramas da "mercadoria”.  ADRIANA LUI. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)


  “ Fazer uma vaquinha”
Expressão está relacionada ao futebol e ao jogo do bicho 
O ato de juntar algumas pessoas para co­letar um dinheirinho passou a ser conhe­cido como "fazer uma vaquinha' no sé­culo 20 por causa do futebol. Nas déca­das de 20 e 30, quase nenhum jogador de futebol ganhava salário - luxo só garan­tido aos atletas do Vasco da Gama.
 Nesses tempos bicudos, muitas ve­zes a própria torcida reunia-se a fim de arrecadar, entre si, um "prêmio" para agraciar os craques. A grana era paga de acordo com o resultado obtido em campo. Os valores dessas "bolsas" as­sociavam-se aos números do jogo do bicho, loteria criada nos fins do Impé­rio. Se arrecadassem 5 mil-réis, por exemplo, chamavam o prêmio de "um cachorro", já que 5 é o número do ca­chorro no jogo. Dez - mil réis eram "um coelho". Quinze mil-réis, "um jacaré". Vinte mil, "um peru". Vinte e cinco mil, o prêmio máximo, era chamado de "uma vaca". Nascia a expressão "fa­zer uma vaquinha". A.L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)


  “Rodar a baiana”
 Quando alguém ameaça com um "pare com isso ou eu vou rodar a baiana", qual­ quer pessoa discreta pára na hora ­ou, pelo menos, toma cuidado. A ameaça, na verdade, consiste em dar um escândalo público.
 Diferentemente do que possa parecer, essa expressão não tem sua origem relacionada à Bahia, e sim ao Rio de Janeiro. A região era palco, já no início do século 20, de famosos desfiles dos blocos de Carnaval.
 No meio desses blocos, alguns espertinhos tascavam beliscões nas nádegas das moças que desfilavam. Para acabar com o problema, alguns capoeiristas passaram a se fantasiar de baianas, com direito a saia roda­da e turbante na cabeça. Assim, ao primeiro sinal de desrespeito, apli­cavam um golpe de capoeira. As pes­soas que assistiam aos desfiles não entendiam nada: só viam a baiana rodar - e começar toda a confusão.. LÍVIA LOMBARDO. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)


 “Cabra da peste” 
Empregada para designar um indivíduo bom, confiável e, principalmente, corajoso, es­sa locução tipicamente nordestina em nada tem a ver com a coitada da fêmea do bode. Cabra, no Nordes­te brasileiro, é sinônimo de homem.
Assim, é comum na região expres­sões como "cabra bom", para se re­ferir a alguém decente, ou "cabra besta", para alguém considerado um orgulhoso sem razão.
Mas por que "da peste"? A ra­zão é que epidemias eram um mal muito comum na região no come­ço do século 20 e, com a falta de re­cursos da população, tornavam-se muito perigosas e levavam à morte.
Dessa forma, quando alguém ficava doente, todos se afastavam com medo de serem contaminados pelo "cabra da peste". A expressão acabou, mais tarde, tornando-se si­nônimo de alguém que, por sua va­lentia, causa medo nas pessoas, a ponto de afastá-Ias. LL. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)



 “Cor de burro quando foge” 
 Frase é inspirada em ditado centenário 
Várias espécies animais se trans­formam quando ameaçadas. O ca­maleão muda de cor. O polvo solta uma tinta escura que funciona como camuflagem. Não é esse o caso do burro. Portanto, a frase, muito usada em todo o Brasil para tratar de uma cor indefinida, não tem explicação no comportamento do bicho. A resposta mais provável para a origem do termo está em um registro feito no começo do século 20 pelo gramático Antônio de Castro Lopes (1827-1901), que docu­mentou o uso popular da construção "corro de burro quando foge". A repe­tição provocou uma frase que não faz o menor sentido, e que mesmo assim ficou consagrada. JUAN TORRES. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)


 Onde Judas perdeu as botas”
 Lenda sobre o apóstolo deu origem à expressão 
Bíblia não faz nenhuma refe­rência às botas de Judas, o apósto­lo que, de acordo com os relatos do Novo Testamento, entregou Jesus Cris­to aos guardas romanos em troca de 30 moedas de prata - e depois, arre­pendido, acabou se enforcando.
Mas, de acordo com uma lenda popular, Judas escondeu seus calça­dos junto com o dinheiro, e esse local nunca foi encontrado. Daí que "onde Judas perdeu as botas" faz referência a um local difícil de ser encontrado. "Muitas vezes, algumas expressões idiomáticas ganham corpo baseadas em crenças da religiosidade popular, sem ter tradição bíblica ou teológica", diz Josias da Costa Júnior, mestre em Ciências da Religião da Universidade Estadual Paulista (Unesp). J.T. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)


 “Negócio da China” 
Expressão surgiu com as Guerras do Ópio 
Não é necessário ter muita ima­ginação para pensar no potencial de venda de qualquer lojinha em um país com 1,3 bilhão de pessoas. É por isso que, tanto hoje como no passado, os grandes países produtores querem atuar na China. No século 19, esse mercado gigantesco foi assediado pela Inglaterra, que estava no auge da Revolução Industrial e precisava de consumidores para seus produtos.
 Só que era difícil ter acesso ao país, que permanecia fechado ao Oci­dente. O jeito foi partir para a briga. Nessa época, aconteceram as Guerras do Ópio, em duas etapas (1839-1842 e 1856-1860). Vitoriosos, os ingleses impuseram o monopólio da comer­cialização do ópio com os chineses e ainda ocuparam a ilha de Hong Kong, só devolvida em 1997. Um negócio da China mesmo. JUAN TORRES. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)


  “Uma andorinha só não faz verão” 
Frase vem de livro do filósofo Aristóteles 
Geralmente, as expressões idiomá­ticas têm origem popular. Não é este o caso. A primeira menção conhecida ao ditado está no livro Ética Nicômano, de Aristóteles (384-322 a.C.). Na obra, o filósofo grego escreve que "uma andorinha só não faz primavera", no sentido de que um indivíduo não deve ser julgado por um a.t° isolado.
 A escolha da andorinha não é ca­sual. Na busca por calor, essas aves sempre voam juntas, em grupos de até 200 mil animais. As maiores aglome­rações de andorinhas são vistas nas Américas. Em outubro, quando come­ça a esfriar no norte, elas percorrem 8 mil quilômetros até a América do Sul, de onde voltam em abril. J.T. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)


  “Cair nos braços de Morfeu” 
Frase é inspirada no filho do deus grego do sono 
De acordo com a mitologia da Gré­cia antiga, Morfeu era um dos mil fi­lhos de Hipno, o deus do sono. Assim como o pai, era dotado de grandes asas, que o transportavam em poucos instantes, e silenciosamente, aos pon­tos mais remotos do planeta.
O nome Morfeu quer dizer "a forma" e representa o dom desse deus: viajar ao redor da Terra para assumir feições humanas e, dessa maneira, se apresentar aos ador­mecidos durante os seus sonhos. É por isso que se costuma dizer, há vários séculos e nas mais diversas línguas: quem cai nos braços de Morfeu faz um sono tranquilo e reconfortante, como se realmente estivesse na companhia dessa di­vindade. ÉRICA GEORGINO. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)



 “A preço de banana”
Portugueses criaram a expressão no Brasil
Usamos a frase "a preço de bana­na" quando encontramos um artigo com preço baixo, mas tão baixo, que nem dá vontade de pechinchar. Essa expressão remonta ao descobrimen­to do Brasil: ao chegar aqui, os por­tugueses encontraram bananeiras produzindo naturalmente, sem que fosse necessário plantá-Ias.
 Durante a colonização, era comum encontrar a fruta em propriedades agrícolas e quintais, pelo simples mo­tivo de que as bananeiras são plantas de fácil cultivo em climas quentes e úmidos. A abundância fez com que a fruta não atingisse altos valores comerciais, e assim a banana virou sinônimo de produto barato. E.G. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)


 “Sair à francesa” 
A França detesta a expressão portuguesa 
Quando alguém vai embora de fininho, dizemos que "saiu à france­sa". O único consenso a respeito da origem da expressão é que ela já era recorrente em Portugal no fim do sé­culo 18. Décadas depois, os especia­listas decidiram que a frase era uma derivação da palavra "franquia", um imposto sobre exportação cujo paga­mento agilizava a saída dos portos.
 Uma segunda tese diz que a frase surgiu na época em que a língua fran­cesa era muito pouco conhecida em Portugal. Por isso, dava no mesmo deixar uma reunião sem se despedir ou dizendo "adieu". Os franceses é que não gostaram nada da frase. Para eles, "sair à francesa" virou "sair à inglesa". Isso é que é política de boa vizinhança! LÍVIA LOMBARDO. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)



 “Cavalo paraguaio” 
Frase usada no futebol teve origem no turfe 
Quem é fã de futebol provavel­mente já chamou de "cavalo pa­raguaio" um time que começa um campeonato vencendo as partidas, mas perde desempenho ao longo dos jogos. A expressão nasceu no turfe, que utilizava a frase com o mesmo sentido. Ao longo do tempo, ela se transferiu para o mundo da bola.
 Mas por que paraguaio? A nacio­nalidade dada aos pobres cavalos e times de futebol que decepcionam a torcida vem do fato de nós, brasileiros, atribuirmos uma péssima fama aos produtos vindos do Paraguai. Seriam sempre objetos falsificados, que pare­cem funcionar bem no começo, mas logo apresentam problemas. L.L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)


  “Bode expiatório” 
Antigos rituais judaicos inspiraram a expressão 
Atualmente, chama-se "bode ex­piatório" uma pessoa inocente sobre quem recai a culpa de algum acon­tecimento ou calamidade. A origem dessa expressão está registrada na Bíblia (mais precisamente no livro Levítico, capítulo 16) e remete a um antigo ritual da tradição judaica denominá-lo "Dia da Expiação". Funcionava assim: os sacerdotes levavam ao templo de Jerusalém dois bodes. Por sorteio, escolhia-se um deles para ser degolado e quei­mado em sacrifício ao Senhor, o outro animal recebia todos os pecados cometidos pela comunidade. O sacerdote colocava a mão sobre a cabeça do bicho e confessava as faltas das pessoas. Logo depois, o bode era abandonado ao relento no deserto. Com isso, o povo de Israel ficava purificado. LÍVIA LOMBARDO. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)



 “Chorar as pitangas” 
Frase é versão brasileira de um provérbio português 
Desde suas origens, essa expres­são tem o sentido de "queixar-se", "lamuriar-se". Ela surgiu no Brasil como uma adaptação, influenciada pelos povos indígenas, de uma frase portuguesa muito usada entre os lusi­tanos: "chorar lágrimas de sangue".
Na língua tupi, a palavra "pitan­ga" significa "vermelho". Assim, cho­rar as pitangas seria o mesmo que verter muitas lágrimas, até os olhos ficarem avermelhados. De acordo com o folc1orista Luís da Câmara Cascudo, em seu livro Locuções Tra­dicionais do Brasil, "a imagem asso­ciada impôs-se: 'chorar pitanga' pelo lusitano 'chorar lágrimas de sangue', na sugestão da cor". L.L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
 “Na rua da amargura”
 PALAVRAS QUE TÊM ORIGEM NA AGONIA, NÃO SÓ QUANDO RELACIONADAS À MORTE
 Estar na "rua da amargura" é padecer de grande sofrimento, en­frentar dissabores na vida. A ex­pressão alude à caminhada de Cris­to, coroado de espinhos e vergado por pesada cruz, desde o Pretório de Pilatos - onde foi condenado - até o alto do Calvário, onde foi crucificado. Calvário, Calvaria em latim, é Golgotaaramaico. Em grego, é Kraniou Topos, a colina ou platô onde havia            uma pilha de crânios - ou o aci­dente geográfico parecido com um crânio; calva é o crâ­nio, como você sabe.
 Esse tenebroso percurso, reverenciado pela Igreja como Via Sacra, possui 14 esta­ções, cada uma descrevendo uma cena da Paixão que deve merecer contrita me­ditação do fiel católico.
Truculentos soldados roma­nos açoitando Cristo, a terna presença de Maria, o socor­ro de Simão Cireneu e o alívio dado por Maria Madalena.
Na linguagem comum, e mal comparando com tamanho padecimen­to, também nós, pobres humanos, co­nhecemos momentos,de aflição e so­ mos obrigados a cumprir trajeto áspero e doloroso. O lenitivo,          nessas jornadas, é recordar o antigo ditado de que, as­ sim como não há bem que não se acabe, não há mal que sempre dure.   Márcio Cotrim. (LÍNGUA PORTUGUESA – Ed. SEGMENTO )



 “Enfiar o pé na jaca”
EXPRESSÃO POPULAR GANHA CONTORNOS PITORESCOS NA PESQUISA POR SUA ORIGEM
 Quem enfia o pé numa jaca vai ter dificuldade em romper a casca da fruta. Se conseguir e chegar à polpa, pode saboreá-Ia, como muita gente faz, livrando-se dos caroços em cada gomo. Mas, realmente, não é a melhor maneira de comer jaca, há outras mais Civilizadas...
Essa rude opção alimentar, porém, nada tem a ver com a expressão enfiar pé na laca. A história seria bem outra.
Antigamente, os tropeiros paravam nas vendinhas do caminho para molhar a garganta com uma pinga. Quando se excediam e enchiam a cara, já bebuns, na hora de pegar o cavalo para ir embora às vezes acontecia, ao subir no animal e jogar a perna esquerda para montá-Io, errar e pisar no jacá - o cesto que levava as mercadorias - e, não raro, esborrachar-se de cara no chão.
Daí teria nascido a expressão: quando alguém bebia demais, dizia-se que enfiara o pé no jacá - no jacá! Jaca, a fruta, não tem nada com isso, nem que a novela da Globo quisesse enquanto esteve no ar...  Márcio Cotrim. (LÍNGUA PORTUGUESA – Ed. SEGMENTO )
  


 “Torcer o pepino”
 Provérbio chegou ao Brasil com os portugueses
 O provérbio "É de pequeno que se torce o pepino" é usado para transmitir a ideia de que, quanto mais cedo se ensina, melhores são os resultados, de que é na infância que se educa. Trata-se de um pro­vérbio antigo, que chegou ao Brasil, provavelmente antes de 1600, trazi­do pelos portugueses. Os lusitanos, porém, preferiam a variação "De pe­quenino, se torce o pé ao pepino".
Como o pepino era raríssimo em Portugal nesse período, tudo indica que o provérbio tenha se originado na França. De acordo com o escritor Luís da Câmara Cascudo, no livro Locuções Tradicionais no Brasil, pepi­no também podia significar, para os franceses, sentimentos como a pai­xão e os caprichos amorosos. L. L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)



. “Onde a porca torce o rabo” 
Camões já utilizava essa expressão em 1556 
Usada para se referir a uma si­tuação difícil, cuja solução exige ha­bilidade, a expressão "Onde a porca torce o rabo" tem como explicação mais provável o costume antigo de torcer o rabo dos porcos quando eles incomodavam com seus guin­chos. Esperava-se que, assim, eles se calassem. Esses momentos de silêncio foram associados, então, a  momentos de tensão, os quais aca­bam exigindo concentração.
O certo é que essa expressão já era popular em Portugal em mea­dos de 1500: Podemos encontrá-Ia noDisparates da Índia, de Luís de Camões, escrito por volta de 1556:
"Na paz mostram coração'; Na guerra mostram as costas;! Porque aqui torce a porca o rabo". L. L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)



 “Memória de elefante”

Inteligência do animal deu origem à expressão
 Empregada para elogiar quem tem facilidade de se lembrar de acontecimentos, a expressão tem a ver com a capacidade do animal de reconhecer rotas e outros ele­fantes mesmo quando separados por décadas. Seguindo essa versão, uma frase do escritor Hector Saki, de 1910, ajudou a popularizar a ci­tação: "Mulheres e elefantes nunca esquecem uma ofensa". Nascido em Burma, ele era familiarizado com o animal. O filme No Caminho dos Elefantes, de 1954, mostra a histó­ria de uma mansão construída no Ceilão, na rota que esses animais faziam para beber água. Embora tivessem sido guiados por outros caminhos, eles sempre refaziam o original. CAMILA STAHELIN. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)



“Presente de grego”
 Cavalo de Troia motivou o surgimento da frase
 O termo, usado quando se re­cebe algo indesejável, tem ligação com a lendária Guerra de Troia. Os gregos, fingindo abandonar o conflito, deixam um cavalo de ma­deira nas muralhas de Troia, que acaba levado para a cidade pelos moradores. À noite, os soldados escondidos no cavalo derrotam os troianos. Ao narrar a guerra, Virgílio escreveu, no século 1 a.C.: "Temo os gregos até quando tra­zem presentes". No Brasil, uma das mais antigas referências é de Machado de Assis, em 1880: "Certo é que os diamantes corrompiam­-me um pouco a felicidade; mas não é menos certo que uma dama bonita pode muito bem amar os gregos e os seus presentes", C. S. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)



Calcanhar de AquilesDe acordo com a mitologia grega, Tétis, mãe de Aquiles, a fim de tornar seu filho indestrutível, mergulhou-o num grande lago mágico, segurando-o pelo calcanhar. Na Guerra de Tróia, Aquiles foi atingido na única parte de seu corpo que não tinha proteção: o calcanhar. Portanto, o ponto fraco de uma pessoa é conhecido como calcanhar de Aquiles.


Voto de Minerva Orestes, filho de Clitemnestra, foi acusado pelo assassinato da mãe. No julgamento, houve empate entre os acusados. Coube à deusa Minerva o voto decisivo, que foi em favor do réu. Voto de Minerva é, portanto, o voto de desempate ou o voto decisivo.

Casa da Mãe Joana
Na época do Brasil Império, mais especificamente durante a minoridade do Dom Pedro II, os homens que realmente mandavam no país costumavam se encontrar num prostíbulo do Rio de Janeiro, cuja proprietária se chamava Joana. Como esses homens mandavam e desmandavam no país, a frase casa da mãe Joana ficou conhecida como sinônimo de lugar em que ninguém manda.


Vá se queixar ao BispoDurante o Brasil Colônia, a fertilidade de uma mulher era atributo fundamental para o casamento, afinal, a ordem era povoar as novas terras conquistadas. A Igreja permitia que, antes do casamento, os noivos mantivessem relações sexuais, única maneira de o rapaz descobrir se a moça era fértil. E adivinha o que acontecia na maioria das vezes? O noivo fugia depois da relação para não ter que se casar. A mocinha, desolada, ia se queixar ao bispo, que mandava homens para capturar o tal espertinho.

Conto do VigárioDuas igrejas de Ouro Preto receberam uma imagem de santa como presente. Para decidir qual das duas ficaria com a escultura, os vigários contariam com a ajuda de Deus, ou melhor, de um burro. O negócio era o seguinte: colocaram o burro entre as duas paróquias e o animalzinho teria que caminhar até uma delas. A escolhida pelo quadrúpede ficaria com a santa. E foi isso que aconteceu, só que, mais tarde, descobriram que um dos vigários havia treinado o burro. Desse modo, conto do vigário passou a ser sinônimo de falcatrua e malandragem.

Ficar a ver naviosDom Sebastião, rei de Portugal, havia morrido na batalha de Alcácer-Quibir, mas seu corpo nunca foi encontrado. Por esse motivo, o povo português se recusava a acreditar na morte do monarca. Era comum as pessoas visitarem o Alto de Santa Catarina, em Lisboa, para esperar pelo rei. Como ele não voltou, o povo ficava a ver navios.

Não entendo Patavinas
Os portugueses encontravam uma enorme dificuldade de entender o que falavam os frades italianos patavinos, originários de Pádua, ou Padova. Assim, não entender patavina significa não entender nada.

Dourar a PílulaAntigamente as farmácias embrulhavam as pílulas em papel dourado, para melhorar os aspecto do remedinho amargo. A expressão dourar a 



Chegar de mãos abanando 


Há muito tempo, aqui no Brasil, era comum exigir que os imigrantes que chegassem para trabalharnas terras trouxessem suas próprias ferramentas. Caso viessem de mãos vazias, era sinal de que não estavam dispostos ao trabalho. Portanto, chegar de mãos abanando é não carregar nada.

Sem eira nem beira
Os telhados de antigamente possuíam eira e beira, detalhes que conferiam status ao dono do imóvel. Possuir eira e beira era sinal de riqueza e de cultura. Não ter eira nem beira significa que a pessoa é pobre, está sem grana.

Abraço de Tamanduá
Para capturar sua presa, o tamanduá se deita de barriga para cima e abraça seu inimigo. O desafeto é então esmagado pela força. Abraço de tamanduá é sinônimo de deslealdade, traição.

O Canto do Cisne
Dizia-se que o cisne emitia um belíssimo canto pouco antes de morrer. Desta maneira a expressão "canto do cisne" representa as últimas realizações de alguém.

Estômago de Avestruz Define aquele que come de tudo. O estômago do avestruz é dotado de um suco gástrico capaz de dissolver até metais.

Lágrimas de Crocodilo
É uma expressão usada para se referir ao choro fingido. O crocodilo, quando captura uma presa, faz forte pressão contra o céu da boca, comprimindo as glândulas lacrimais. Assim, ele chora enquanto devora a vítima..

Memória de Elefante O elefante lembra de tudo aquilo que aprende, por isso é uma das principais atrações do circo. Diz-se que as pessoas que se recordam de tudo tem memória de elefante.

Olhos de Lince
Ter olhos de lince significa enxergar longe, uma vez que esses bichos têm a visão apuradíssima. Os antigos acreditavam que o lince podia ver através das paredes.



Onde Judas perdeu as botas
Na opinião de Mário Prata, escritor e roteirista mineiro, a expressão “onde judas per



deu as botas” significa simplesmente um lugar distante e inacessível, e sua origem é explicada da seguinte maneira: "depois de trair Jesus e receber 30 dinheiros, Judas caiu em depressão e culpa, vindo a se suicidar, enforcando-se numa árvore. Acontece que ele se matou sem as botas. E os 30 dinheiros não foram encontrados com ele. Lo-go os soldados partiram em busca das botas de Judas, onde, provavelmente, estaria o dinheiro. A história é omissa daí para frente. Nunca saberemos se acharam ou não as botas e o dinheiro. Mas a expressão atravessou vinte séculos".

pílula, significa melhorar a aparência de algo.