Revisando alguma regras e fixando outras.
ATIVIDADES ONLINE
http://educarparacrescer.abril.com.br/100-erros/
http://educarparacrescer.abril.com.br/100-erros/
Coloque em prática o que você aprendeu! Jogos legais.
1. Assinale a alternativa correta (Prof. Hélio Consolaro)
A B
1 Casas germinadas Casas geminadas
2 Sou de menor Sou menor
3 Sou maior de idade Sou de maior
4 Passar o ano (na escola) Passar de ano (na escola)
5 Repetir o ano (na escola) Repetir de ano (na escola)
6 Ficar de recuperação Ficar para recuperação
7 O feriado caiu num domingo. O feriado caiu de domingo.
8 O filho saiu ao pai, cuspido e escarrado. O filho saiu ao pai, esculpido e encarnado.
9 Saíram elas por elas. Saiu elas por elas.
10 Tive subida honra de saudar o presidente. Tive a súbita honra de saudar o presidente.
11 De sábado, não trabalho. Aos sábados, não trabalho.
12 Faltei pouco para não morrer. Faltou pouco para não morrer.
13 Mandado de segurança Mandato de segurança
14 Aguardo notícias. Estou no aguardo de notícias.
15 Apêndice estuporado Apêndice supurado.
16 Caderno espiral Caderno aspiral
17 Estou quites com o Serviço Militar. Estou quite com o Serviço militar.
18 Se eu ver, se ela ver, se nós vermos... Se eu vir, se ela vir, se nós virmos...
19 Neusa é média. Neusa é médium.
20 A mala está leve. A mala está leviana.
21 Fiquei fora de mim. Fiquei fora de si.
22 Não saí por causa que estava chovendo. Não saí porque estava chovendo.
23 Dessas mulheres, só conheço umas par delas. Dessas mulheres, só conheço algumas delas.
24 Vou vestir-me ou trocar de roupa em dois Vou trocar-me em dois minutos. minutos.
25 O paciente sofreu melhoras. O paciente sentiu melhoras.
26 Ele já acordou. Ele já se acordou.
27 O motorista perdeu a direção do veículo. O motorista perdeu o controle do veículo.
28 Se ela não pode comprar isto, que dirá eu. Se ela não pode comprar isto, que dirá de mim.
29 Estou com pigarro. Estou com pigarra.
30 Tenho menas sorte que você. Tenho menos sorte que você.
31 Inimigo figadal Inimigo fidagal
32 O rapaz puxava uma perna. O rapaz puxava de uma perna.
33 Luís é muito xereta. Luís é muito xereto.
34 O pessoal não gostaram do filme. O pessoal não gostou do filme.
35 Prova dos nove Prova dos noves
36 Horas extras Horas extra
37 Eu procurava um emprego que condizesse Eu procurava um emprego que condissesse com com meu nível cultural. meu nível cultural.
38 Não poderia dizer isso perante ela. Não poderia dizer isso perante a ela.
39 Não vou lá em hipótese nenhuma. Não vou lá de hipótese nenhuma. Baseado no livro “Não Erre Mais!”, de Luiz Antônio Sacconi
VIDEOS
1. Assinale a alternativa correta (Prof. Hélio Consolaro)
A B
1 Casas germinadas Casas geminadas
2 Sou de menor Sou menor
3 Sou maior de idade Sou de maior
4 Passar o ano (na escola) Passar de ano (na escola)
5 Repetir o ano (na escola) Repetir de ano (na escola)
6 Ficar de recuperação Ficar para recuperação
7 O feriado caiu num domingo. O feriado caiu de domingo.
8 O filho saiu ao pai, cuspido e escarrado. O filho saiu ao pai, esculpido e encarnado.
9 Saíram elas por elas. Saiu elas por elas.
10 Tive subida honra de saudar o presidente. Tive a súbita honra de saudar o presidente.
11 De sábado, não trabalho. Aos sábados, não trabalho.
12 Faltei pouco para não morrer. Faltou pouco para não morrer.
13 Mandado de segurança Mandato de segurança
14 Aguardo notícias. Estou no aguardo de notícias.
15 Apêndice estuporado Apêndice supurado.
16 Caderno espiral Caderno aspiral
17 Estou quites com o Serviço Militar. Estou quite com o Serviço militar.
18 Se eu ver, se ela ver, se nós vermos... Se eu vir, se ela vir, se nós virmos...
19 Neusa é média. Neusa é médium.
20 A mala está leve. A mala está leviana.
21 Fiquei fora de mim. Fiquei fora de si.
22 Não saí por causa que estava chovendo. Não saí porque estava chovendo.
23 Dessas mulheres, só conheço umas par delas. Dessas mulheres, só conheço algumas delas.
24 Vou vestir-me ou trocar de roupa em dois Vou trocar-me em dois minutos. minutos.
25 O paciente sofreu melhoras. O paciente sentiu melhoras.
26 Ele já acordou. Ele já se acordou.
27 O motorista perdeu a direção do veículo. O motorista perdeu o controle do veículo.
28 Se ela não pode comprar isto, que dirá eu. Se ela não pode comprar isto, que dirá de mim.
29 Estou com pigarro. Estou com pigarra.
30 Tenho menas sorte que você. Tenho menos sorte que você.
31 Inimigo figadal Inimigo fidagal
32 O rapaz puxava uma perna. O rapaz puxava de uma perna.
33 Luís é muito xereta. Luís é muito xereto.
34 O pessoal não gostaram do filme. O pessoal não gostou do filme.
35 Prova dos nove Prova dos noves
36 Horas extras Horas extra
37 Eu procurava um emprego que condizesse Eu procurava um emprego que condissesse com com meu nível cultural. meu nível cultural.
38 Não poderia dizer isso perante ela. Não poderia dizer isso perante a ela.
39 Não vou lá em hipótese nenhuma. Não vou lá de hipótese nenhuma. Baseado no livro “Não Erre Mais!”, de Luiz Antônio Sacconi
- 2. Assinale a alternativa correta:
- A B
- 1. Sob o meu ponto de vista. Do meu ponto de vista.
- 2. Isso não será relacionado com aquilo. Isso não será relacionado àquilo.
- 3. Na lavoura houve perda total da safra. Na lavoura houve perca total da safra.
- 4. Ter preconceito contra o casamento. Ter preconceito sobre o casamento. 5. Tomar um suador. Tomar um suadouro.
- 6. Fazer tudo na melhor intenção. Fazer tudo com a melhor intenção.
- 7. Quanto é hoje? Quantos são hoje?
- 8. Quantos são dois mais dois? Quanto é dois mais dois? 9. Largue o meu pé. Largue do meu pé.
- 10 Que horas voltaremos? A que horas voltaremos? .
- 11 Ninguém ombreará com Pelé. Ninguém se ombreará a Pelé.
- . 12 Começou a chover intensamente. Começou chover intensamente. .
- 13 Esse rapaz sai com cada uma! Esse rapaz sai-se com cada uma! .
- 14 Os EUA desmentem invasão a Cuba. Os EUA desmentem invasão de Cuba. .
- 15 Acenar com a mão. Acenar a mão. .
- 16 Fazer erros. Cometer erros.
- . 17 Ultrapassar veículos em lombada. Passar veículos em lombada.
- . 18 Dar duas mãos de tinta na porta. Dar duas demãos de tinta na porta.
- . 19 A camisa está cheirando a suor. A camisa está cheirando suor. . 20 Benza Deus, que mulher feia! Benza-o Deus, que mulher feia! . 21 Rezar a Santo Antônio. Rezar para Santo Antônio.
- . 22 O arroz pegou no fundo da panela. O arroz pegou-se ao fundo da panela.
- . 23 Tomar parte na reunião. Tomar parte da reunião.
- . 24 Estar curioso de conhecer alguém. Estar curioso por conhecer alguém.
- . 25 Se não seguro no galho, caía da árvore. Se não me seguro ao galho, caía da árvore.
- . 26 Dar bom lustro aos sapatos. Dar bom lustro nos sapatos.
- . 27 O cão investiu sobre nós. O cão investiu em nós.
- . 28 Isso, ao meu ver, está errado. Isso, a meu ver, está errado.
- . 29 Revidar um pontapé. Revidar a um pontapé.
- . 30 Trovejou, entretanto/no entanto não choveu. Trovejou, no entretanto não choveu. .
- 31 Em face do mau tempo, regressamos. Face ao mau tempo, regressamos.
- . 32 Peça a ela se podemos ir ao cinema juntos. Pergunte a ela se podemos ir ao cinema juntos.
- . 33 Apelar para uma autoridade. Apelar a uma autoridade.
- . 34 Ser senador (ou deputado) por Goiás. Ser senador (ou deputado) de Goiás.
- . 35 Dar entrada a um processo. Dar entrada num processo.
- . 36 Ela não estudou, mas saiu bem na prova. Ela não estudou, mas saiu-se bem na prova.
- . 37 Não se pode querer abarcar o mundo. Não se pode querer abraçar o mundo.
- . 38 A bola de neve aumenta em tamanho. A bola de neve aumenta de tamanho.
- . 39 Discursar de molde a receber aplausos. Discursar de modo a receber aplausos.
- . 40 Chove dia sim, dia não. Chove dia sim, outro não. Chove um dia sim, um dia não.
- . 41 Suas meias estão do/pelo avesso. Suas meias estão no avesso.
- . 42 Cozinhar em banho maria. Cozinhar ao banho maria.
- . 43 A lei 5692 arrasou com o ensino brasileiro. A lei 5692 arrasou o ensino brasileiro.
- . 44 As crianças sumiram todos os meus lápis. As crianças sumiram com todos os meus lápis.
- . 45 Subi para o ônibus. Subi no ônibus.
- . 46 São testemunhas industrializadas pelo advogado. São testemunhas industriadas pelo advogado.
- . 47 Receber resposta sem pé nem cabeça. Receber resposta sem pé e sem cabeça.
- . 48 A loja comemorou ontem jubileu de prata de A loja comemorou ontem bodas de prata de . fundação. fundação.
- 49 O delegado exorbitou-se de sua função. O delegado exorbitou de sua função.
- . 50 É capaz que chova hoje. É provável/ possível que chova hoje. . 51 Os flamenguistas animaram-se com a derrota dos Os flamenguistas animaram-se de saber da . vascaínos. derrota dos vascaínos.
- 52 Comprei várias frutas, ou seja, melões, laranja.. Comprei várias frutas, ou sejam, uvas, melões...
- . 53 Para mim tanto fazem cem como duzentos reais. Para mim tanto faz cem como duzentos reais.
- . 54 Deveres escolares. Dever escolar.
- . 55 Você me dá sua palavra de honra em que não fez Você me dá sua palavra de honra que não fez . isso? isso?
- 56 A menos que não cessem as hostilidades, ambos A menos que cessem as hostilidades, ambos os . os países poderão entrar em guerra novamente. países poderão entrar em guerra novamente.
- 57 Calasãs é parasita da mulher. Calasãs é parasito da mulher. .
- 58 O livro tem trezentos e trinta páginas. O livro tem trezentas e trinta páginas.
- . (De acordo com o livro NÃO ERRE MAIS! de Luiz Antonio Sacconi- Editora Atual)
3. Nas frases a seguir, efetue a concordância, escolhendo a forma verbal adequada:
a- A maioria dos políticos ___________ contra . (votou/votaram)
b- Uma multidão de torcedores ___________. (gritava/gritavam)
c- Um enxame __________ no telhado. (pousou/pousaram)
d- Um enxame de abelhas africanas ___________no telhado. (pousou/pousaram)
e- A maioria dos custos ____________________. (seria revista/ seria revistos)
f- A maioria ali ____________ a reforma. (apoiou/apoiaram)
g- Cerca de vinte pessoas ___________ na delegacia. (acabou/acabaram)
h- Mais de um policial ____________ no local. (esteve/estiveram)
i- 20% dos municípios não _____________ acertar as contas com o Estado. (conseguiu/conseguiram)
j- 80% da Mata Atlântica não ______________à ação do homem. (resistiu/resistiram)
k- 1% dos eleitores, apenas, ______________ em partidos de direita. (votou/votaram)
l- Ele foi um dos que ________________ pelos nossos direitos. (lutou/lutaram)
m- Ana foi uma das que _____________ no vestibular. (passou/passaram)
n- Minas Gerais _______________ grandes escritores. (tem/têm)
o- Os Sertões ______________ muitos historiadores. (influenciou/influenciaram)
p- Os Estados Unidos ______________ o Iraque. (invadiu/invadiram)
q- Poucos de nós _____________ o dinheiro. (conseguirão/conseguiremos)
r- Alguns de nós _____________ escalados para entregar o prêmio. ( foram/fomos)
s- Qual de nós _____________ o exercício? (fará/farão/faremos)
t- Nenhum dos presentes ____________ abrir a boca. (ousou/ousaram)
u- Fui eu que __________ os exercícios. (fiz/fez)
v- Fomos nós quem _____________ o quadro.(pintou/pintamos)
2- Complete as frases seguintes com a forma apropriada do verbo SER, no presente do indicativo:
a- Mariana ______________ as alegrias da mãe.
b- Vidas Secas ___________ uma obra muito conhecida de todos.
c- As tristezas da família ___________ as peripécias do filho.
d- Os responsáveis pelo trabalho ___________ sempre nós.
e- Hoje _________ dia 13 de setembro.
f- Hoje ________ 28 de maio.
g- Seu problema ___________ eu?
h- O país __________ nós. Nós ________ a nação brasileira.
i- _________ exatamente vinte para as três.
j- Aquilo __________atitudes típicas de adolescente.
3- Que diferenças de sentidos há entre as frases de cada par?
a- A vida é os conflitos diários.
b- A vida são os conflitos diários.
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
c- João com seu amigo lideraram a greve.
d- João, com seu amigo, liderou a greve.
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
………………………………………………………………………………………………
Gabarito
1- a- votou ou votaram b- gritava ou gritavam
c- pousou d- pousou ou pousaram
e- seria revista ou seriam revistos f- apoiou
g- acabaram h- esteve
i- conseguiram j- resistiu ou resistiram
k- votou/votaraml- lutou ou lutaramm- passou ou passaram n- temo- influenciou ou influenciaram p- invadiramq- conseguirão ou conseguiremos r- foram ou fomoss- fará t- ousouu- fiz v- pintou ou pintamos
2- a- é b- é ou são
c- é ou são d- somos
e- é f- são ou é
g- sou h- somos e somos
i- são j- é ou são
3- a- ênfase na vida
b- ênfase nos conflitos
c- ênfase no conjunto de sujeitos
d- ênfase em João, o amigo é só um acompanhante
b- Uma multidão de torcedores ___________. (gritava/gritavam)
c- Um enxame __________ no telhado. (pousou/pousaram)
d- Um enxame de abelhas africanas ___________no telhado. (pousou/pousaram)
e- A maioria dos custos ____________________. (seria revista/ seria revistos)
f- A maioria ali ____________ a reforma. (apoiou/apoiaram)
g- Cerca de vinte pessoas ___________ na delegacia. (acabou/acabaram)
h- Mais de um policial ____________ no local. (esteve/estiveram)
i- 20% dos municípios não _____________ acertar as contas com o Estado. (conseguiu/conseguiram)
j- 80% da Mata Atlântica não ______________à ação do homem. (resistiu/resistiram)
k- 1% dos eleitores, apenas, ______________ em partidos de direita. (votou/votaram)
l- Ele foi um dos que ________________ pelos nossos direitos. (lutou/lutaram)
m- Ana foi uma das que _____________ no vestibular. (passou/passaram)
n- Minas Gerais _______________ grandes escritores. (tem/têm)
o- Os Sertões ______________ muitos historiadores. (influenciou/influenciaram)
p- Os Estados Unidos ______________ o Iraque. (invadiu/invadiram)
q- Poucos de nós _____________ o dinheiro. (conseguirão/conseguiremos)
r- Alguns de nós _____________ escalados para entregar o prêmio. ( foram/fomos)
s- Qual de nós _____________ o exercício? (fará/farão/faremos)
t- Nenhum dos presentes ____________ abrir a boca. (ousou/ousaram)
u- Fui eu que __________ os exercícios. (fiz/fez)
v- Fomos nós quem _____________ o quadro.(pintou/pintamos)
b- Vidas Secas ___________ uma obra muito conhecida de todos.
c- As tristezas da família ___________ as peripécias do filho.
d- Os responsáveis pelo trabalho ___________ sempre nós.
e- Hoje _________ dia 13 de setembro.
f- Hoje ________ 28 de maio.
g- Seu problema ___________ eu?
h- O país __________ nós. Nós ________ a nação brasileira.
i- _________ exatamente vinte para as três.
j- Aquilo __________atitudes típicas de adolescente.
b- A vida são os conflitos diários.
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
c- pousou d- pousou ou pousaram
e- seria revista ou seriam revistos f- apoiou
g- acabaram h- esteve
i- conseguiram j- resistiu ou resistiram
k- votou/votaraml- lutou ou lutaramm- passou ou passaram n- temo- influenciou ou influenciaram p- invadiramq- conseguirão ou conseguiremos r- foram ou fomoss- fará t- ousouu- fiz v- pintou ou pintamos
c- é ou são d- somos
e- é f- são ou é
g- sou h- somos e somos
i- são j- é ou são
b- ênfase nos conflitos
c- ênfase no conjunto de sujeitos
d- ênfase em João, o amigo é só um acompanhante
A Língua Portuguesa agradece e nossos ouvidos também.
Afrontar a língua portuguesa depõe contra a imagem de qualquer executivo competente, quer do ponto de vista técnico, quer no exercício de suas atividades. Erros de português depõem, e muito, contra os profissionais mais jovens e menos qualificados, podendo até prejudicá-los na sua carreira em ascensão. Erros de português podem impedir a promoção de funcionários, pois cometer vulgaridade de linguagem não é uma postura profissional.
MANTEIGUEIRA
A minha mantegueira era de estimação.
A minha manteigueira era de estimação.
Manteigueira (man-tei-gueira-ra), vem de "manteiga".
O correto, portanto, é:
A minha manteigueira era de estimação.
RECORDE
Ele bateu o record.
Ele bateu o record.
Recorde: indica uma marca máxima atingida.
Diga recórde, forma correta. A forma aportuguesada recorde (paroxítona) já é de uso consagrado e reconhecida pelo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. Evite a pronúncia proparoxítona (récorde) e a grafia inglesa record. A pronúncia proparoxítona é registrada somente por Houaiss.
O correto, portanto, é:
Ele bateu o recorde.
CABELEIREIRO / PRAZEROSO
É prazeiroso ir ao cabelereiro.
É prazeroso ir ao cabeleireiro.
Prazeroso: não existe a letra "i" nessa palavra. Sua formação é a seguinte: prazer+oso. Daí, prazeroso, prazerosamente (e não "prazeiroso" ou "prazeirosamente").
Cabeleireiro: o correto é cabeleireiro (ca-be-lei-rei-ro). Provém de "cabeleira+eiro" (que indica profissão).
O correto, portanto, é:
É prazeroso ir ao cabeleireiro.
TAMPOUCO / TÃO POUCO
Não houve frutas, tão pouco doces.
Não houve frutas, tampouco doces.
Tão pouco: muito pouco. Assim: A família tinha tão pouco para doar (= algo em pouca quantidade) / Ele comeu tão pouco (= muito pouco).
Tampouco: Também não; nem. Assim: Não comeu frutas, tampouco doces.
O correto, portanto, é:
Não houve frutas, tampouco doces.
MUÇARELA / MOZARELA
Quero uma pizza de mussarela.
Quero uma pizza de muçarela.
Não existe a grafia "mussarela" (com "ss"). Está consignada no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, da Academia Brasileira de Letras, a forma muçarela (com "ç"). Pode-se usar também a forma mozarela. A grafia mussarela é de uso comum nos folhetos de propaganda das pizzarias, o que não justifiça a continuação de seu uso. A palavra muçarela vem do italiano mozzarella, um queijo de origem napolitana feito de leite de búfala (ou de vaca). Mozzarella é diminutivo de Mozza (leite talhado com fungo, mozzé).
O correto, portanto é:
Quero uma pizza de muçarela.
COMPANHIA
Magda, quero ir em sua compania.
Magda, quero ir em sua companhia.
Não existe a palavra "compania". É inaceitável a pronúncia "compania".
O correto, portanto é:
Magda, quero ir em sua companhia.
ETC.
Tenho um apartamento com sala, quarto e etc.
Tenho um apartamento com sala, quarto, etc.
Etc. é abreviatura de et caetera ou et coetera, expressão latina que significa "e as outras coisas". Normalmente é usada quando se quer evitar uma longa enumeração - Tenho um apartamento com sala, quarto, etc. / Fui à feira e comprei mexericas, bananas, verduras, pastéis, etc. Atualmente, aplica-se também para pessoas, embora, pelo sentido, se use com referência a coisas somente. Usa-se vírgula antes de "etc". O que não se deve usar é a conjunção "e".
O correto, portanto é:
Tenho um apartamento com sala, quarto, etc.
AVÔS / AVÓS
O pai do meu pai e o pai da minha mãe são meus avós.
O pai do meu pai e o pai de minha mãe são meus avôs.
Avôs e avós: o substantivo avô tem duas pronúncias no plural: "avôs" ("ô" fechado) e "avós" ("ó" aberto). Assim: avôs, quando se refere ao avô paterno e ao avô materno: avós, quando se refere ao "avô" e à "avó" (ou aos antepassados).
O correto, portanto, é:
O pai do meu pai e o pai de minha mãe são meus avôs.
TACHAR / TAXAR / LADRA
Marta foi taxada de ladrona.
Marta foi tachada de ladra.
Tachar: é acusar, censurar. Outros exemplos: Ele também foi tachado de ladrão / O promotor foi tachado de leviano.
Taxar é regular o preço; regular, moderar, lançar uma taxa (tributo) sobre.
Pode também significar "qualificar": Muitos taxam a medicina de infalível.
Ladrão: seu feminino é ladra.
O correto, portanto, é:
Marta foi tachada de ladra.
BEM-VINDO / BENVINDO
Seja benvida, Maria Cristina.
Seja bem-vinda, Maria Cristina.
Bem-vindo(a): é um adjetivo composto.
Bemvindo(a) (sem hífen) é nome de homem ou de mulher. O plural de "bem-vindo" é "bem-vindos"; o feminino é "bem-vindas". Assim: Bem-vindo, prezado mestre. / Bem-vinda, prazada professora.
O correto, portanto, é:
Seja bem-vinda, Maria Cristina.
DISPENSA / DESPENSA
A dispensa da casa estava sempre cheia de bons alimentos.
A despensa da casa estava sempre cheia de bons alimentos.
Dispensa: isenção, desobrigação: Recebeu a dispensa do serviço militar.
Despensa: local onde se guardam alimentos.
O correto, portanto, é:
A despensa da casa estava sempre cheia de bons alimentos.
DEPREDAR
Os adversários de Danielle depedraram o caminhão.
Os adversários de Danielle depredaram o caminhão.
A forma correta é depredar: "roubar", "saquear", "destruir".
O correto, portanto, é:
Os adversários de Danielle depredaram o caminhão.
POSSUIR
Ele possue mais de dez apartamentos.
Ele possui mais de dez apartamentos.
Possuir: nas formas dos verbos terminados em "uir", mais precisamente na 2a e 3a pessoas do singular do presente do indicativo, grafa-se "-ui" e não "ue", isto é, emprega-se a letra "i" e não a letra "e". Assim: possuis, possui.
Observe também o verbo "concluir": "concluis", "conclui". O verbo "poluir" também: poluis, polui.
O correto, portanto, é:
Ele possui mais de dez apartamentos.
HAJA / AJA
Que você haja com prudência.
Que você aja com prudência.
Aja é do verbo "agir". Haja, do verbo "haver".
Aja: presente do subjuntivo do verbo "agir" (que eu aja, que tu ajas, que ele aja, etc.).
Haja: presente do subjuntivo do verbo "haver" (que eu haja, que tu hajas, que ele haja, etc.).
O correto, portanto, é:
Que você aja com prudência.
MAS / PORÉM
Ela se candidatou, mas porém, não obteve êxito.
Ela se candidatou, mas não obteve êxito.
As conjunções mas e porém juntas constituem uma forma inaceitável de redundância. Usa-se uma ou outra: Ela se candidatou, mas não obteve êxito; ou Ela se candidatou, porém não obteve êxito.
O correto, portanto, é:
Ela se candidatou, mas não obteve êxito.
COPO DE ÁGUA
Bia pediu um copo com água, uma xícara de café e um litro de leite.
Bia pediu um copo de água, uma xícara de café e um litro de leite.
Não quer dizer que o copo seja feito de água, que a xícara seja feita de café e que o litro seja feito de leite, embora a preposição "de" designe o material de que é feita alguma coisa: cabo de aço, estátua de gesso, etc.
Poucas pessoas teimam em dizer "copo com água", "xícara com café", "litro com leite" - tais expressões têm o sentido de "copo (xícara ou litro) com alguma água ou com algum café, leite". Quando se diz "copo de água", etc., a palavra "copo" (xícara ou litro) define a medida; não quer dizer que o copo (xícara ou litro) seja feito de água, etc.
O correto, portanto, é:
Bia pediu um copo de água, uma xícara de café e um litro de leite.
IR A / IR PARA
Foram para Rio das Ostras passar uns dias.
Foram a Rio das Ostras passar uns dias.
A preposição "a" indica deslocamento rápido.
A preposição "para" indica deslocamento demorado ou definitivo.
O correto, portanto, é:
Foram a Rio das Ostras passar uns dias.
AO INVÉS DE / EM VEZ DE
Ao invés de falar, procurou ser atencioso.
Em vez de falar, procurou ser atencioso.
Há diferença entre:
Ao invés de: é a mesma coisa que "ao contrário": Ao invés de comprar, vendeu.
Em vez de: é a mesma coisa que "em lugar de": Em vez de falar, procurou ser atencioso.
O correto, portanto, é:
Em vez de falar, procurou ser atencioso.
CONVIR
Olívia, faça quando isto lhe convir.
Olívia, faça quando isto lhe convier.
Convir: segue, na conjugação, o verbo "vir". Significa "concordar", ser conveniente, ser útil. O futuro do subjuntivo de vir é: vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem.
Assim: convier, convieres, convier, conviermos, convierdes, convierem.
O correto, portanto, é:
Olivia, faça quando isto lhe convier..
POLIR
Mary Lucy pole mensalmente os seus talhares .
Mary Lucy pule mensalmente os seus talheres.
Polir: presente do indicativo: pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem.
O correto, portanto, é:
Mary Lucy pule mensalmente os seus talhares.
REAVER
Eles reaveram o objeto perdido.
Eles reouveram o objeto perdido.
Reaver: verbo defectivo. Segue o verbo "haver" somente nas formas em que conserva o "v".
O correto, portanto, é:
Eles reouveram o objeto perdido.
IR
Se ele ir, eu irei também.
Se ele for, eu irei também.
O futuro do subjuntivo do verbo "ir" é: for, fores, for, formos, fordes, forem.
O correto, portanto, é:
Se ele for, eu irei também.
ACAUTELAR-SE / PRECAVER-SE
Que você se precavenha, meu filho.
Que você se acautele, meu filho.
Precaver-se: este verbo não possui o presente do subjuntivo. Deve ser substituído por "acautelar-se", "prevenir".
O correto, portanto, é:
Que você se acautele, meu filho.
COLORIR
Eu coloro a vida com versos de amor.
Eu dou cor à vida com versos de amor.
Colorir: verbo defectivo. Só se conjuga nas pessoas em que ao "r" se segue "e" ou "i". Assim:... tu colores, ele colore, nós colorimos, vós coloris, eles colorem. Não se conjuga, pois, na primeira pessoa do singular do presente do indicativo. Quando precisar, procure usar um equivalente, como "Dar cor a"; "matizar de cor"; "pintar com cores vivas", etc.
O correto, portanto, é:
Eu dou cor à vida com versos de amor.
CONSIGO / COM VOCÊ
Quero falar consigo.
Quero falar com você.
O pronome consigo é reflexivo. Assim: Ele fala consigo mesmo. / O professor leva consigo a pasta. Deve-se dizer: Quero falar com você. / Quero falar com o senhor. / Quero falar com ela. / Quero ir com ela ao teatro. Se o tratamento for da segunda pessoa deve-se dizer: Quero falar contigo. / Quero ir contigo ao cinema.
O correto, portanto, é:
Quero falar com você.
MIM / SI
Eu fiquei fora de si.
Eu fiquei fora de mim.
O pronome mim concorda com a 1a pessoa (eu) e o pronome si, com a 3a pessoa (ele, ela).
Assim: Meus filhos esperam muito de mim. ? O vizinho ficou fora de si.
O correto, portanto, é:
Eu fiquei fora de mim.
PARA EU / PARA MIM
O jornal é para mim ler.
O jornal é para eu ler.
Nunca se deve dizer: mim quer casar ou mim vai car. O eu é que pode ser sujeito.
Assim: Sou eu que faço. Portanto, para eu ler. Use o "mim", quando o "eu" não for o sujeito.
Assim: O jornal é para mim. / Para mim, ela é linda.
- O correto, portanto, é:
O jornal é para eu ler.
SOBRANCELHAS/SOMBRANCELHAS
Minhas sombrancelhas.
Minhas sobrancelhas.
Sobrancelhas: Cada uma das duas faixas de pêlos que se dispõem por sobre as órbitas oculares; SOBROLHO; SUPERCÍLIO.
Não existe a palavra sombrancelhas.
O correto, portanto, é:
Minhas sobrancelhas.
| ||
- Vejam algumas expressões curiosas da linguagem que circulam até hoje entre nós e que marcam a riqueza histórica de nossa língua.
Interessante - Histórias e curiosidades.
“Sangue nos olhos”Quanto mais vontade de vencer, melhor o termo é usado para caracterizar pessoas que são destemidas, amam desafios e encaram os obstáculos com uma gana incondicional de superá-Ios. De acordo com Luís da Câmara Cascudo em Locuções Tradicionais do Brasil, um dos primeiros brasileiros notórios a ostentar o atributo foi dom Pedro I - em Portugal, dom João lI. A origem da expressão também chegou ao país vinda de terras portuguesas. "Tanto valia ser godo e neto dos antigos conquistadores como ter os olhos abrasados", escreveu o autor João Ribeiro. A diferença é que em Portugal o termo era usado em sinal de fidalguia. No Brasil, no entanto, ele denuncia homens audaciosos e corajosos. CAROLINA SILVA. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
Amarrar o bode”
Depois de preso, o bicho fica arisco e perigoso
Quando dizemos que alguém amarrou o bode é porque a pessoa está de cara amarrada, mal-humorada, ranzinza e muito irritada. A origem da expressão deriva do próprio comportamento do animal que dá nome à expressão. Normalmente criados em liberdade perambulando pelo pasto, quando amarrados, os bodes se tornam impacientes e rebeldes e dão início a um verdadeiro berreiro. A expressão é usada, então, para indicar a insatisfação de alguém perante determinada situação. Mas o termo pode ainda ser usado para indicar o fim da liberdade (amorosa), no momento em que um casal resolve assumir um relacionamento sério. C. S. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“Sangria desatada”
No século 16, era sangue para todo lado
Ainda antes de Hipócrates, durante o século 5 a.C., os médicos tinham o costume de sangrar o paciente para expelir os agentes da doença que o acometia. Mas, às vezes, a prática saía pela culatra e o doente embalava num sangramento que podia o levar à morte. Essa hemorragia, também conhecida como fleborrexis, ainda era praticada no século 16. "É verdade que há pouco roguei em uma carta que não sangrasse mais!", escreveu a madre Maria Bautista à priora de Valladolid, na Espanha. Esse sangramento descontrolado exige cuidados rápidos e eficientes. Assim, quando dizemos que alguma coisa não é uma "sangria desatada", estamos querendo dizer que ela não precisa ser resolvida com urgência desmedida. JOANA SANTOS. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“Mundos e fundos”
Expressão surgiu das navegações espanholas
Quando se diz que alguém prometeu "mundos e fundos", é porque essa pessoa fez promessas infundadas ou exageradas. A origem da expressão remonta às navegações espanholas. Segundo uma antiga promessa que rogava "O Céu pediu estrelas/ O peixe pediu fundura", os aventureiros tinham uma impressão abissal do mar. Para eles, a noção de mundo e da fundura do oceano era algo recorrente e trivial no dia a dia - daí o termo com os dois exageros. Reafirma sobre mundo, o escritor José Alcântara: "Boca do mundo é uma expressão típica da multidão anônima". J. S. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“Gato por lebre”
Até Camões caía nesse tipo de golpe
Levar gato por lebre é ser enganado, levar algo sem valor acreditando ser bem mais caro. A expressão teve origem em Portugal, onde o "churrasquinho de gato" era bem mais apreciado do que por aqui. Os lusitanos gostavam tanto da carne do pobre bichano que, no século 19, a caçada aos gatos para fins culinários virou moda entre os estudantes de Coimbra.
Como a carne do felino era mais barata, algumas estalagens de Portugal e da Espanha serviam gato como se fosse lebre. Era uma prática tão comum que Luís de Camões, no Auto dos Enfatriões, escreveu: "Fantasia de donzela / não há quem como eu as quebre / porque certo cuidam elas / que com palavrinhas belas / nos vendem gato por lebre." LíVIA LOMBARDO. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“Preto no branco”
Expressão teve origem em outra, mais antiga
Colocar o preto no branco é registrar, por escrito, uma promessa ou acordo para que depois não se corra o risco de ficar o dito pelo não dito. De acordo com o folclorista brasileiro Luís da Câmara Cascudo, essa expressão teria surgido no Brasil do século 19 como substituta para uma outra, bem mais antiga, datada da segunda metade do século 9: cum cornu et cum alvende. Cornu significava tinteiro e alvende era o alvará, o decreto. Assim, a frase em latim faz referência a um decreto ou documento escrito e assinado. Na versão posterior e abrasileirada da expressão, preto significaria a tinta e branco, o papel. L.L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“Ir para a cucuia”
Cemitério é uma das origens da expressão
Quando alguma coisa termina mal, dizemos que "foi para a cucuia". Existem duas versões diferentes para explicar a origem desta expressão. A mais aceita refere-se ao antigo cemitério da Cacuia, localizado na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. O local foi inaugurado em janeiro de 1904 e, desde então, "ir para a Cacuia" tornou-se sinônimo de "bater as botas". Aos poucos, no entanto, a expressão foi se generalizando e passou-se a utilizá-Ia também para se referir a outras situações com finais nada felizes.
A outra explicação para o ditado vem do tupi. Na língua indígena, kui significa cair, ir para a decadência. A duplicação de kui teria resultado em kukui, que, por sua vez, deu em cucuia. LÍVIA LOMBARDO. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“Torcer a orelha”
Frase teve origem com a deusa da memória
"Torcer a orelha" é o mesmo que arrepender-se, lastimar-se por não ter feito algo que poderia trazer bons resultados. A origem da expressão remota a Mnemosine, a deusa da memória. Segundo a mitologia, ela era a responsável por impedir o esquecimento das pessoas - e a orelha era o órgão dedicado a essa deusa grega. Assim, torcer as orelhas era uma forma de estimular a memória e garantir que erros cometidos não fossem esquecidos. O gesto acabou virando um ato de autopunição. A expressão foi registrada pela primeira vez em 1533, na obra Romagem de Agravados, de Gil Vicente: "Nunca o nosso agravo fora, / Nem eu torcera a orelha”. L.L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“Dar uma banana”
Gesto vulgar reflete desabafo ou ofensa
O ato de erguer o punho direito cerrado com força, apontando o cotovelo de um jeito meio brusco, tem sido cada vez mais preterido em favor dos pesados palavrões usados no dia a dia. Acredita-se que a expressão "dar uma banana" não só surgiu depois, como foi inspirada no gesto ofensivo e vulgar. O acréscimo da fruta (com conotação fálica), no entanto, aconteceu apenas em território brasileiro. Em Portugal, sua terra natal, o gesto é acompanhado de diferentes expressões: "fazer as armas de santo Antônio", "manguito" ou "dar manguito" - no país europeu, a referência às armas da Ordem Terceira de São Francisco, em que figuravam dois braços cruzados, tem a mesma intenção de xingamento. EDUARDO LUCENA. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“Do arco da velha”
Origem da expressão está ligada ao arco-íris
Usada para designar histórias inacreditáveis, fora do comum, absurdas ou muito antigas e em desuso, a expressão tem origem nas páginas do Antigo Testamento. O termo se refere ao arco-íris que surgiu no céu após o grande dilúvio contado pela Bíblia. O arco de sete cores simbolizava a aliança entre Deus e os homens, representados por Noé. Mas, crítica a um acontecimento fantasioso ou distante da realidade, a alcunha foi criada também com base em ilustrações medievais que mostravam velhas senhoras (possivelmente bruxas) ao lado de arco-íris. O termo velha surge, então, como uma tradução das forças adversárias da normalidade, que aparecem ligadas à bruxaria e aos malefícios à fecundidade vegetal e animal. E. L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“Fazer de gato-sapato”
Expressão pode ter surgido de uma brincadeira
Quando alguém é tratado com desprezo, dizemos que a pessoa foi feita de gato-sapato. A origem mais provável para a alcunha está em um jogo antigo conhecido como gato-sapato. Na brincadeira, uma criança de olhos vendados tinha de agarrar um colega. Enquanto tentava, outras crianças batiam nela com sapatos. Daí a expressão "fazer de gato-sapato".
Já o escritor Marcelo Duarte aponta outra possível origem para a expressão. Segundo ele, tudo poderia ter começado numa época em que era moda abreviar palavras. Sapato, que se escrevia com "ç", era reduzido para "çato". Dependendo da letra de quem escrevia ou da atenção de quem lia, "çato" poderia ser facilmente confundido com "gato". LÌVIA LOMBARDO. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“Engolir sapo”
Só brasileiros "engolem" o anfíbio
A expressão engolir sapo, usada quando somos obrigados a tolerar coisas desagradáveis sem podermos responder, é um regionalismo típico do Brasil. Mas por que engolir sapo e não cobra, borboleta ou jacaré? De acordo com Luís da Câmara Cascudo, em Dicionário do Folclore Brasileiro, o sapo é indispensável nas bruxarias. Acreditava-se ainda que existia uma pedra na cabeça dos anfíbios eficaz nos sortilégios. Ou seja, além de gosmento, os bichos eram associados às forças ocultas.
Há também um episódio bíblico que conta que Deus castigou um faraó egípcio enviando um enxame de rãs, que invadiram casas e fornos. L.L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“Perder as estribeiras”
Expressão surgiu nos jogos de cavalaria
Quando uma pessoa se descontrola ou fica momentaneamente desatinada, dizemos que ela "perdeu as estribeiras". A origem dessa expressão está nos jogos europeus de cavalaria dos séculos 15 a 17. Literalmente, perder as estribeiras significava ficar sem contato com os estribos, aros que pendem de cada lado da sela do cavalo e são utilizados como ponto de apoio para o pé do cavaleiro.
Nas antigas corridas de argolinhas, torneios em que os cavaleiros a galope precisam atingir com a ponta de uma lança as argolas penduradas em fios, perder as estribeiras desclassificava automaticamente os cavaleiros do páreo. Já nas corridas de cavalos sertanejas do Brasil, quem cometesse esse erro era zombado e tinha que pagar a bebida dos companheiros como castigo. LÍVIA LOMBARDO. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“Da pá virada”
Era assim que se falava de uma pessoa desocupada
Atualmente, a expressão "da pá virada" pode ser usada com vários significados bem diferentes. Ela serve, por exemplo, para qualificar uma criança travessa e inquieta. Também se fala assim de pessoas de má índole e que são criadoras de casos. Além disso, a frase ainda pode servir para elogiar indivíduos corajosos e competentes.
Em sua origem, porém, essa frase tinha um único significado. Uma pá de pedreiro virada, voltada para o solo, é um instrumento inútil, sem nenhuma serventia. Assim, a construção verbal era utilizada para designar indivíduos vadios, sem ocupação, que não trabalhavam e, da mesma maneira que uma pá virada, não serviam para nada. De acordo com o historiador Luís da Câmara Cascudo (1898-1986), a expressão é brasileira, e provavelmente surgiu no século 19. L.L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“Quebrar o galho”
Duas histórias explicam a origem da expressão
Quando alguém nos ajuda a resolver um problema, dizemos que essa pessoa nos "quebrou um galho". Existem duas versões diferentes para explicar a origem desse regionalismo tão usado no Brasil. Um dos significados da palavra galho é "conjunto de riachos que se reúnem para formar um rio". Assim, para os viajantes, "quebrar um galho" significa abrir um caminho em um afluente de rio para desembocar de forma mais rápida no rio principal.
A segunda versão está ligada a Exu Quebra-Galho, entidade da umbanda que, acredita-se, exerce forte domínio sobre as mulheres. Exu é procurado por muitos homens para "quebrar galhos" amorosos com trabalhos de amarração. LÌVIA LOMBARDO. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“De ara que”
Insulto está ligado a bebida alcoólica árabe
Uma coisa "de araque" é sem valor ou de mentira. A origem desse insulto está em uma bebida chamada "arak", trazida ao Brasil por imigrantes árabes de origem não-muçulmana. Trata-se de um licor de alto teor alcoólico, que, puro, pode chegar a 80% de álcool. Em geral, ele é diluído em água.
Por ser muito forte, o drinque é capaz de provocar grandes bebedeiras em pessoas não acostumadas. AIcoolizadas, elas começam a falar besteiras. Daí o surgimento da expressão pejorativa "de araque" para se referir a algo que é tão desacreditado quanto uma pessoa de porre. L.L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“ Olha o passarinho”
Ave na gaiola deixava criançada imóvel na hora da foto
Quando a fotografia foi inventada, a impressão da imagem no filme não se dava rapidinho como hoje. Ver a foto numa telinha digital segundos após ela ser tirada, podendo apagá-Ia e fazer de novo se alguém piscou, tampouco passava pela cabeça dos fotógrafos. Por isso posar era um processo bastante lento.
Na metade do século 19, os fotografados tinham de permanecer parados por até 15 minutos a fim de que sua imagem fosse impressa dentro da máquina. E fazer as crianças ficarem imóveis por tanto tempo era um verdadeiro desafio. Por isso, gaiolas com pássaros ficavam penduradas atrás dos fotógrafos e chamavam a atenção dos pequenos, tornando mais fácil a brincadeira. Assim, a expressão "olha o passarinho" ficou conhecida como a frase dita pelo fotógrafo na hora da pose. A.L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“As paredes têm ouvidos”
Expressão se originou de um antigo provérbio persa
Tanto ocidentais quanto orientais concordam com a expressão que alerta para os perigos de sermos escutados sem saber. O dito existe, nessa mesma forma, em línguas como alemão, francês e chinês. Sua origem remonta a um antigo provérbio persa que dizia: "As paredes têm ratos, e ratos têm ouvidos".
Um dos primeiros registros de provérbio semelhante em inglês aparece no clássico medieval The Canterbury Tales, escrito por Geoffrey Saucer entre 1387 e 1400. Saucer descreve algo como "aquele campo tinha olhos, e a madeira tinha ouvidos" em um dos contos.
A expressão ganhou um sentido quase literal, que pode ser testemunhado até hoje em castelos medievais e, principalmente, palácios renascentistas. Muitos deles - como o Palácio dos Doges, em Veneza, Itália escondem dutos e aberturas pelas paredes, construídas na época para possibilitar a audição, em outras salas, de encontros políticos a portas fechadas. ADRIANA LUI. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“Dar uma canja”
Iniciais do Clube dos Amigos do Jazz originaram o dito
Nos anos 60, o Clube dos Amigos do Jazz, entidade brasileira formada por fãs do gênero, era conhecido pela sigla Canja. Um dos costumes dos membros do clube era deixar seus instrumentos à disposição. Assim, os freqüentadores do local podiam se aventurar em apresentações de improviso. De "tocar no Canja” para "dar uma canja" foi um pulo - e hoje todo músico que participa, de graça, de uma apresentação não planejada está "dando uma canja.
Corre entre músicos outra história para explicar a expressão: ela teria vindo da famosa distribuição de sopa feita aos mais pobres aqui no Brasil. Assim como o prato era distribuído gratuitamente, os artistas que não recebiam para subir ao palco estavam "dando uma canja”. A.L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
" Fazer o diabo a quatro”
Dizemos que fulano "fez o diabo a quatro" numa festa, por exemplo, quando queremos dizer que ele fez algo inacreditável ou uma grande bagunça. De acordo com Reinaldo Pimenta, autor do livro A Casa da Mãe Joana, que explica a origem de palavras e expressões, esta nasceu na França (o original é fàire le diable à quatre) durante a Idade Média.
Nas peças de teatro daquela época, um dos personagens que sempre aparecia era o diabo. Quando o autor das representações queria fazer algum barulho, criava papéis para um ou dois diabos. Quando a idéia era causar espanto realmente, fazer uma verdadeira bagunça na peça, escalava quatro diabos. "Daí o 'diabo a quatro' significar coisas espantosas, grande confusão", escreve Pimenta. CLÁUDIA DE CASTRO LIMA. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“Estar na pindaíba”
Liso, na pior, sem um tostão furado. Estar ou andar na pindaíba é não ter dinheiro nem para õ essencial, passar por uma fase de grande penúria financeira.
Há pelo menos três explicações para a origem da frase. Uma delas é do lingüista Batista Caetano, autor deVocabulário. Segundo ele, pindaíba é uma palavra de origem tupi que significa "vara de anzol" (pinda é anzol e iba, vara). Estar na pindaíba era dispor apenas de uma vara para a sobrevivência.
A outra versão, também de origem tupi, é do filólogo João Ribeiro, em A Língua Nacional: pindaíba era uma selva densa de cipós onde, às vezes, os índios ficavam presos - ou seja, em grande dificuldade. A terceira explicação, por fim, é de Nei Lopes, estudioso de línguas africanas. De acordo com ele, a frase se incorporou ao português pela língua quimbundo, falada em Angola. Pindaíba viria de uma junção de mbinda,"miséria", e uaíba, "feia" - e significaria estar na mais completa miséria. BRUNO COSTA. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“Vale quanto pesa”
Duas origens são aceitas - uma delas é brasileira
A expressão significa dar valor a algo por meio de seu peso e substância. "Quer dizer que você não está pagando mais do que uma coisa de fato vale, nem um centavo a mais por grama inexistente", afirma Reinaldo Pimenta, autor de A Casa da Mãe Joana, livro que desvenda a origem de expressões.
Há duas origens para ela. Uma remonta a uma lei medieval de povos do norte da Europa, que determinava que o assassino deveria pagar uma quantia em ouro ou prata à família do morto, calculada sobre o peso do falecido. A outra versão é bem brasileira: na época do comércio de escravos, os homens ganhavam valor proporcional à idade e ao peso, características relacionadas à sua força. Por isso, nos mercados de escravos, havia balanças próprias disponíveis para aferir os quilogramas da "mercadoria”. ADRIANA LUI. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“ Fazer uma vaquinha”
Expressão está relacionada ao futebol e ao jogo do bicho
O ato de juntar algumas pessoas para coletar um dinheirinho passou a ser conhecido como "fazer uma vaquinha' no século 20 por causa do futebol. Nas décadas de 20 e 30, quase nenhum jogador de futebol ganhava salário - luxo só garantido aos atletas do Vasco da Gama.
Nesses tempos bicudos, muitas vezes a própria torcida reunia-se a fim de arrecadar, entre si, um "prêmio" para agraciar os craques. A grana era paga de acordo com o resultado obtido em campo. Os valores dessas "bolsas" associavam-se aos números do jogo do bicho, loteria criada nos fins do Império. Se arrecadassem 5 mil-réis, por exemplo, chamavam o prêmio de "um cachorro", já que 5 é o número do cachorro no jogo. Dez - mil réis eram "um coelho". Quinze mil-réis, "um jacaré". Vinte mil, "um peru". Vinte e cinco mil, o prêmio máximo, era chamado de "uma vaca". Nascia a expressão "fazer uma vaquinha". A.L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“Rodar a baiana”
Quando alguém ameaça com um "pare com isso ou eu vou rodar a baiana", qual quer pessoa discreta pára na hora ou, pelo menos, toma cuidado. A ameaça, na verdade, consiste em dar um escândalo público.
Diferentemente do que possa parecer, essa expressão não tem sua origem relacionada à Bahia, e sim ao Rio de Janeiro. A região era palco, já no início do século 20, de famosos desfiles dos blocos de Carnaval.
No meio desses blocos, alguns espertinhos tascavam beliscões nas nádegas das moças que desfilavam. Para acabar com o problema, alguns capoeiristas passaram a se fantasiar de baianas, com direito a saia rodada e turbante na cabeça. Assim, ao primeiro sinal de desrespeito, aplicavam um golpe de capoeira. As pessoas que assistiam aos desfiles não entendiam nada: só viam a baiana rodar - e começar toda a confusão.. LÍVIA LOMBARDO. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“Cabra da peste”
Empregada para designar um indivíduo bom, confiável e, principalmente, corajoso, essa locução tipicamente nordestina em nada tem a ver com a coitada da fêmea do bode. Cabra, no Nordeste brasileiro, é sinônimo de homem.
Assim, é comum na região expressões como "cabra bom", para se referir a alguém decente, ou "cabra besta", para alguém considerado um orgulhoso sem razão.
Mas por que "da peste"? A razão é que epidemias eram um mal muito comum na região no começo do século 20 e, com a falta de recursos da população, tornavam-se muito perigosas e levavam à morte.
Dessa forma, quando alguém ficava doente, todos se afastavam com medo de serem contaminados pelo "cabra da peste". A expressão acabou, mais tarde, tornando-se sinônimo de alguém que, por sua valentia, causa medo nas pessoas, a ponto de afastá-Ias. LL. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“Cor de burro quando foge”
Frase é inspirada em ditado centenário
Várias espécies animais se transformam quando ameaçadas. O camaleão muda de cor. O polvo solta uma tinta escura que funciona como camuflagem. Não é esse o caso do burro. Portanto, a frase, muito usada em todo o Brasil para tratar de uma cor indefinida, não tem explicação no comportamento do bicho. A resposta mais provável para a origem do termo está em um registro feito no começo do século 20 pelo gramático Antônio de Castro Lopes (1827-1901), que documentou o uso popular da construção "corro de burro quando foge". A repetição provocou uma frase que não faz o menor sentido, e que mesmo assim ficou consagrada. JUAN TORRES. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
Onde Judas perdeu as botas”
Lenda sobre o apóstolo deu origem à expressão
A Bíblia não faz nenhuma referência às botas de Judas, o apóstolo que, de acordo com os relatos do Novo Testamento, entregou Jesus Cristo aos guardas romanos em troca de 30 moedas de prata - e depois, arrependido, acabou se enforcando.
Mas, de acordo com uma lenda popular, Judas escondeu seus calçados junto com o dinheiro, e esse local nunca foi encontrado. Daí que "onde Judas perdeu as botas" faz referência a um local difícil de ser encontrado. "Muitas vezes, algumas expressões idiomáticas ganham corpo baseadas em crenças da religiosidade popular, sem ter tradição bíblica ou teológica", diz Josias da Costa Júnior, mestre em Ciências da Religião da Universidade Estadual Paulista (Unesp). J.T. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“Negócio da China”
Expressão surgiu com as Guerras do Ópio
Não é necessário ter muita imaginação para pensar no potencial de venda de qualquer lojinha em um país com 1,3 bilhão de pessoas. É por isso que, tanto hoje como no passado, os grandes países produtores querem atuar na China. No século 19, esse mercado gigantesco foi assediado pela Inglaterra, que estava no auge da Revolução Industrial e precisava de consumidores para seus produtos.
Só que era difícil ter acesso ao país, que permanecia fechado ao Ocidente. O jeito foi partir para a briga. Nessa época, aconteceram as Guerras do Ópio, em duas etapas (1839-1842 e 1856-1860). Vitoriosos, os ingleses impuseram o monopólio da comercialização do ópio com os chineses e ainda ocuparam a ilha de Hong Kong, só devolvida em 1997. Um negócio da China mesmo. JUAN TORRES. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“Uma andorinha só não faz verão”
Frase vem de livro do filósofo Aristóteles
Geralmente, as expressões idiomáticas têm origem popular. Não é este o caso. A primeira menção conhecida ao ditado está no livro Ética a Nicômano, de Aristóteles (384-322 a.C.). Na obra, o filósofo grego escreve que "uma andorinha só não faz primavera", no sentido de que um indivíduo não deve ser julgado por um a.t° isolado.
A escolha da andorinha não é casual. Na busca por calor, essas aves sempre voam juntas, em grupos de até 200 mil animais. As maiores aglomerações de andorinhas são vistas nas Américas. Em outubro, quando começa a esfriar no norte, elas percorrem 8 mil quilômetros até a América do Sul, de onde voltam em abril. J.T. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“Cair nos braços de Morfeu”
Frase é inspirada no filho do deus grego do sono
De acordo com a mitologia da Grécia antiga, Morfeu era um dos mil filhos de Hipno, o deus do sono. Assim como o pai, era dotado de grandes asas, que o transportavam em poucos instantes, e silenciosamente, aos pontos mais remotos do planeta.
O nome Morfeu quer dizer "a forma" e representa o dom desse deus: viajar ao redor da Terra para assumir feições humanas e, dessa maneira, se apresentar aos adormecidos durante os seus sonhos. É por isso que se costuma dizer, há vários séculos e nas mais diversas línguas: quem cai nos braços de Morfeu faz um sono tranquilo e reconfortante, como se realmente estivesse na companhia dessa divindade. ÉRICA GEORGINO. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“A preço de banana”
Portugueses criaram a expressão no Brasil
Usamos a frase "a preço de banana" quando encontramos um artigo com preço baixo, mas tão baixo, que nem dá vontade de pechinchar. Essa expressão remonta ao descobrimento do Brasil: ao chegar aqui, os portugueses encontraram bananeiras produzindo naturalmente, sem que fosse necessário plantá-Ias.
Durante a colonização, era comum encontrar a fruta em propriedades agrícolas e quintais, pelo simples motivo de que as bananeiras são plantas de fácil cultivo em climas quentes e úmidos. A abundância fez com que a fruta não atingisse altos valores comerciais, e assim a banana virou sinônimo de produto barato. E.G. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“Sair à francesa”
A França detesta a expressão portuguesa
Quando alguém vai embora de fininho, dizemos que "saiu à francesa". O único consenso a respeito da origem da expressão é que ela já era recorrente em Portugal no fim do século 18. Décadas depois, os especialistas decidiram que a frase era uma derivação da palavra "franquia", um imposto sobre exportação cujo pagamento agilizava a saída dos portos.
Uma segunda tese diz que a frase surgiu na época em que a língua francesa era muito pouco conhecida em Portugal. Por isso, dava no mesmo deixar uma reunião sem se despedir ou dizendo "adieu". Os franceses é que não gostaram nada da frase. Para eles, "sair à francesa" virou "sair à inglesa". Isso é que é política de boa vizinhança! LÍVIA LOMBARDO. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“Cavalo paraguaio”
Frase usada no futebol teve origem no turfe
Quem é fã de futebol provavelmente já chamou de "cavalo paraguaio" um time que começa um campeonato vencendo as partidas, mas perde desempenho ao longo dos jogos. A expressão nasceu no turfe, que utilizava a frase com o mesmo sentido. Ao longo do tempo, ela se transferiu para o mundo da bola.
Mas por que paraguaio? A nacionalidade dada aos pobres cavalos e times de futebol que decepcionam a torcida vem do fato de nós, brasileiros, atribuirmos uma péssima fama aos produtos vindos do Paraguai. Seriam sempre objetos falsificados, que parecem funcionar bem no começo, mas logo apresentam problemas. L.L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“Bode expiatório”
Antigos rituais judaicos inspiraram a expressão
Atualmente, chama-se "bode expiatório" uma pessoa inocente sobre quem recai a culpa de algum acontecimento ou calamidade. A origem dessa expressão está registrada na Bíblia (mais precisamente no livro Levítico, capítulo 16) e remete a um antigo ritual da tradição judaica denominá-lo "Dia da Expiação". Funcionava assim: os sacerdotes levavam ao templo de Jerusalém dois bodes. Por sorteio, escolhia-se um deles para ser degolado e queimado em sacrifício ao Senhor, o outro animal recebia todos os pecados cometidos pela comunidade. O sacerdote colocava a mão sobre a cabeça do bicho e confessava as faltas das pessoas. Logo depois, o bode era abandonado ao relento no deserto. Com isso, o povo de Israel ficava purificado. LÍVIA LOMBARDO. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“Chorar as pitangas”
Frase é versão brasileira de um provérbio português
Desde suas origens, essa expressão tem o sentido de "queixar-se", "lamuriar-se". Ela surgiu no Brasil como uma adaptação, influenciada pelos povos indígenas, de uma frase portuguesa muito usada entre os lusitanos: "chorar lágrimas de sangue".
Na língua tupi, a palavra "pitanga" significa "vermelho". Assim, chorar as pitangas seria o mesmo que verter muitas lágrimas, até os olhos ficarem avermelhados. De acordo com o folc1orista Luís da Câmara Cascudo, em seu livro Locuções Tradicionais do Brasil, "a imagem associada impôs-se: 'chorar pitanga' pelo lusitano 'chorar lágrimas de sangue', na sugestão da cor". L.L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“Na rua da amargura”
PALAVRAS QUE TÊM ORIGEM NA AGONIA, NÃO SÓ QUANDO RELACIONADAS À MORTE
Estar na "rua da amargura" é padecer de grande sofrimento, enfrentar dissabores na vida. A expressão alude à caminhada de Cristo, coroado de espinhos e vergado por pesada cruz, desde o Pretório de Pilatos - onde foi condenado - até o alto do Calvário, onde foi crucificado. Calvário, Calvaria em latim, é Golgotaaramaico. Em grego, é Kraniou Topos, a colina ou platô onde havia uma pilha de crânios - ou o acidente geográfico parecido com um crânio; calva é o crânio, como você sabe.
Esse tenebroso percurso, reverenciado pela Igreja como Via Sacra, possui 14 estações, cada uma descrevendo uma cena da Paixão que deve merecer contrita meditação do fiel católico.
Truculentos soldados romanos açoitando Cristo, a terna presença de Maria, o socorro de Simão Cireneu e o alívio dado por Maria Madalena.
Na linguagem comum, e mal comparando com tamanho padecimento, também nós, pobres humanos, conhecemos momentos,de aflição e so mos obrigados a cumprir trajeto áspero e doloroso. O lenitivo, nessas jornadas, é recordar o antigo ditado de que, as sim como não há bem que não se acabe, não há mal que sempre dure. Márcio Cotrim. (LÍNGUA PORTUGUESA – Ed. SEGMENTO )
“Enfiar o pé na jaca”
EXPRESSÃO POPULAR GANHA CONTORNOS PITORESCOS NA PESQUISA POR SUA ORIGEM
Quem enfia o pé numa jaca vai ter dificuldade em romper a casca da fruta. Se conseguir e chegar à polpa, pode saboreá-Ia, como muita gente faz, livrando-se dos caroços em cada gomo. Mas, realmente, não é a melhor maneira de comer jaca, há outras mais Civilizadas...
Essa rude opção alimentar, porém, nada tem a ver com a expressão enfiar o pé na laca. A história seria bem outra.
Antigamente, os tropeiros paravam nas vendinhas do caminho para molhar a garganta com uma pinga. Quando se excediam e enchiam a cara, já bebuns, na hora de pegar o cavalo para ir embora às vezes acontecia, ao subir no animal e jogar a perna esquerda para montá-Io, errar e pisar no jacá - o cesto que levava as mercadorias - e, não raro, esborrachar-se de cara no chão.
Daí teria nascido a expressão: quando alguém bebia demais, dizia-se que enfiara o pé no jacá - no jacá! Jaca, a fruta, não tem nada com isso, nem que a novela da Globo quisesse enquanto esteve no ar... Márcio Cotrim. (LÍNGUA PORTUGUESA – Ed. SEGMENTO )
“Torcer o pepino”
Provérbio chegou ao Brasil com os portugueses
O provérbio "É de pequeno que se torce o pepino" é usado para transmitir a ideia de que, quanto mais cedo se ensina, melhores são os resultados, de que é na infância que se educa. Trata-se de um provérbio antigo, que chegou ao Brasil, provavelmente antes de 1600, trazido pelos portugueses. Os lusitanos, porém, preferiam a variação "De pequenino, se torce o pé ao pepino".
Como o pepino era raríssimo em Portugal nesse período, tudo indica que o provérbio tenha se originado na França. De acordo com o escritor Luís da Câmara Cascudo, no livro Locuções Tradicionais no Brasil, pepino também podia significar, para os franceses, sentimentos como a paixão e os caprichos amorosos. L. L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
. “Onde a porca torce o rabo”
Camões já utilizava essa expressão em 1556
Usada para se referir a uma situação difícil, cuja solução exige habilidade, a expressão "Onde a porca torce o rabo" tem como explicação mais provável o costume antigo de torcer o rabo dos porcos quando eles incomodavam com seus guinchos. Esperava-se que, assim, eles se calassem. Esses momentos de silêncio foram associados, então, a momentos de tensão, os quais acabam exigindo concentração.
O certo é que essa expressão já era popular em Portugal em meados de 1500: Podemos encontrá-Ia noDisparates da Índia, de Luís de Camões, escrito por volta de 1556:
"Na paz mostram coração'; Na guerra mostram as costas;! Porque aqui torce a porca o rabo". L. L. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“Memória de elefante”
Inteligência do animal deu origem à expressão
Empregada para elogiar quem tem facilidade de se lembrar de acontecimentos, a expressão tem a ver com a capacidade do animal de reconhecer rotas e outros elefantes mesmo quando separados por décadas. Seguindo essa versão, uma frase do escritor Hector Saki, de 1910, ajudou a popularizar a citação: "Mulheres e elefantes nunca esquecem uma ofensa". Nascido em Burma, ele era familiarizado com o animal. O filme No Caminho dos Elefantes, de 1954, mostra a história de uma mansão construída no Ceilão, na rota que esses animais faziam para beber água. Embora tivessem sido guiados por outros caminhos, eles sempre refaziam o original. CAMILA STAHELIN. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
“Presente de grego”
Cavalo de Troia motivou o surgimento da frase
O termo, usado quando se recebe algo indesejável, tem ligação com a lendária Guerra de Troia. Os gregos, fingindo abandonar o conflito, deixam um cavalo de madeira nas muralhas de Troia, que acaba levado para a cidade pelos moradores. À noite, os soldados escondidos no cavalo derrotam os troianos. Ao narrar a guerra, Virgílio escreveu, no século 1 a.C.: "Temo os gregos até quando trazem presentes". No Brasil, uma das mais antigas referências é de Machado de Assis, em 1880: "Certo é que os diamantes corrompiam-me um pouco a felicidade; mas não é menos certo que uma dama bonita pode muito bem amar os gregos e os seus presentes", C. S. (AVENTURAS NA HISTÓRIA - Ed. Abril)
Calcanhar de AquilesDe acordo com a mitologia grega, Tétis, mãe de Aquiles, a fim de tornar seu filho indestrutível, mergulhou-o num grande lago mágico, segurando-o pelo calcanhar. Na Guerra de Tróia, Aquiles foi atingido na única parte de seu corpo que não tinha proteção: o calcanhar. Portanto, o ponto fraco de uma pessoa é conhecido como calcanhar de Aquiles.
Voto de Minerva Orestes, filho de Clitemnestra, foi acusado pelo assassinato da mãe. No julgamento, houve empate entre os acusados. Coube à deusa Minerva o voto decisivo, que foi em favor do réu. Voto de Minerva é, portanto, o voto de desempate ou o voto decisivo.
Casa da Mãe Joana
Na época do Brasil Império, mais especificamente durante a minoridade do Dom Pedro II, os homens que realmente mandavam no país costumavam se encontrar num prostíbulo do Rio de Janeiro, cuja proprietária se chamava Joana. Como esses homens mandavam e desmandavam no país, a frase casa da mãe Joana ficou conhecida como sinônimo de lugar em que ninguém manda.
Vá se queixar ao BispoDurante o Brasil Colônia, a fertilidade de uma mulher era atributo fundamental para o casamento, afinal, a ordem era povoar as novas terras conquistadas. A Igreja permitia que, antes do casamento, os noivos mantivessem relações sexuais, única maneira de o rapaz descobrir se a moça era fértil. E adivinha o que acontecia na maioria das vezes? O noivo fugia depois da relação para não ter que se casar. A mocinha, desolada, ia se queixar ao bispo, que mandava homens para capturar o tal espertinho.
Conto do VigárioDuas igrejas de Ouro Preto receberam uma imagem de santa como presente. Para decidir qual das duas ficaria com a escultura, os vigários contariam com a ajuda de Deus, ou melhor, de um burro. O negócio era o seguinte: colocaram o burro entre as duas paróquias e o animalzinho teria que caminhar até uma delas. A escolhida pelo quadrúpede ficaria com a santa. E foi isso que aconteceu, só que, mais tarde, descobriram que um dos vigários havia treinado o burro. Desse modo, conto do vigário passou a ser sinônimo de falcatrua e malandragem.
Ficar a ver naviosDom Sebastião, rei de Portugal, havia morrido na batalha de Alcácer-Quibir, mas seu corpo nunca foi encontrado. Por esse motivo, o povo português se recusava a acreditar na morte do monarca. Era comum as pessoas visitarem o Alto de Santa Catarina, em Lisboa, para esperar pelo rei. Como ele não voltou, o povo ficava a ver navios.
Não entendo Patavinas
Os portugueses encontravam uma enorme dificuldade de entender o que falavam os frades italianos patavinos, originários de Pádua, ou Padova. Assim, não entender patavina significa não entender nada.
Dourar a PílulaAntigamente as farmácias embrulhavam as pílulas em papel dourado, para melhorar os aspecto do remedinho amargo. A expressão dourar a
Os portugueses encontravam uma enorme dificuldade de entender o que falavam os frades italianos patavinos, originários de Pádua, ou Padova. Assim, não entender patavina significa não entender nada.
Dourar a PílulaAntigamente as farmácias embrulhavam as pílulas em papel dourado, para melhorar os aspecto do remedinho amargo. A expressão dourar a
Chegar de mãos abanando
Há muito tempo, aqui no Brasil, era comum exigir que os imigrantes que chegassem para trabalharnas terras trouxessem suas próprias ferramentas. Caso viessem de mãos vazias, era sinal de que não estavam dispostos ao trabalho. Portanto, chegar de mãos abanando é não carregar nada.
Sem eira nem beira
Os telhados de antigamente possuíam eira e beira, detalhes que conferiam status ao dono do imóvel. Possuir eira e beira era sinal de riqueza e de cultura. Não ter eira nem beira significa que a pessoa é pobre, está sem grana.
Abraço de Tamanduá
Para capturar sua presa, o tamanduá se deita de barriga para cima e abraça seu inimigo. O desafeto é então esmagado pela força. Abraço de tamanduá é sinônimo de deslealdade, traição.
O Canto do Cisne
Dizia-se que o cisne emitia um belíssimo canto pouco antes de morrer. Desta maneira a expressão "canto do cisne" representa as últimas realizações de alguém.
Estômago de Avestruz Define aquele que come de tudo. O estômago do avestruz é dotado de um suco gástrico capaz de dissolver até metais.
Lágrimas de Crocodilo
É uma expressão usada para se referir ao choro fingido. O crocodilo, quando captura uma presa, faz forte pressão contra o céu da boca, comprimindo as glândulas lacrimais. Assim, ele chora enquanto devora a vítima..
Memória de Elefante O elefante lembra de tudo aquilo que aprende, por isso é uma das principais atrações do circo. Diz-se que as pessoas que se recordam de tudo tem memória de elefante.
Olhos de Lince
Ter olhos de lince significa enxergar longe, uma vez que esses bichos têm a visão apuradíssima. Os antigos acreditavam que o lince podia ver através das paredes.
Onde Judas perdeu as botas
Na opinião de Mário Prata, escritor e roteirista mineiro, a expressão “onde judas per
deu as botas” significa simplesmente um lugar distante e inacessível, e sua origem é explicada da seguinte maneira: "depois de trair Jesus e receber 30 dinheiros, Judas caiu em depressão e culpa, vindo a se suicidar, enforcando-se numa árvore. Acontece que ele se matou sem as botas. E os 30 dinheiros não foram encontrados com ele. Lo-go os soldados partiram em busca das botas de Judas, onde, provavelmente, estaria o dinheiro. A história é omissa daí para frente. Nunca saberemos se acharam ou não as botas e o dinheiro. Mas a expressão atravessou vinte séculos".
pílula, significa melhorar a aparência de algo.